Na noite desta sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, em meio a denúncias de assédio sexual. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República emitiu uma nota oficial informando que “o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo, considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.
A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação para apurar os fatos, enquanto a Comissão de Ética Pública da Presidência da República também instaurou um procedimento preliminar. Em sua nota, o governo reforçou o compromisso com os direitos humanos, reiterando que “nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.
Silvio Almeida assumiu o ministério em janeiro de 2023, sendo amplamente reconhecido como um dos intelectuais mais proeminentes do país. Advogado e professor, ele é autor de importantes publicações, incluindo o livro Racismo Estrutural (2019), que se destacou entre os mais vendidos de 2020. Além disso, Almeida foi um dos fundadores do Instituto Luiz Gama e desempenhou papel de destaque na comissão de juristas da Câmara dos Deputados para aprimorar a legislação contra o racismo institucional.
As acusações de assédio contra o ministro vieram a público na última quinta-feira (5) pelo portal de notícias Metrópoles e foram confirmadas pela organização Me Too. A entidade informou que atendeu a vítimas que relataram ter sido assediadas por Almeida, e entre elas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, embora ela ainda não tenha se pronunciado sobre o caso. A situação provocou uma rápida reação do governo, que se comprometeu a tratar o caso com rigor e celeridade.