Malu Finanças, influenciadora de educação financeira para jovens, defende mesada com propósito e alerta sobre armadilhas na formação de crianças e adolescentes
A mesada ainda gera debates entre especialistas em finanças, pais e educadores. O valor fixo dado mensalmente ou semanalmente para crianças e adolescentes divide opiniões, especialmente sobre o impacto na formação financeira e emocional dos mais jovens. Malu Lira, conhecida nas redes sociais como Malu Finanças, se posiciona a favor da mesada, desde que exista um objetivo claro e uma abordagem educativa desde o primeiro real.
Malu Lira, jovem de 15 anos influenciadora de finanças pessoais voltada ao público infantil, adolescente e universitário, defende que a mesada não pode ser apenas um valor entregue sem contexto ou direcionamento. Para ela, que já escreveu 15 livros voltados à educação financeira para esse público, a mesada funciona como uma ferramenta de aprendizado e autonomia quando associada a metas, planejamento e diálogos frequentes sobre dinheiro dentro de casa.
Estudos recentes apontam que as bases do comportamento financeiro são formadas até os sete anos de idade, o que reforça a importância de uma relação saudável com dinheiro desde cedo. Malu afirma que a mesada pode ser uma aliada nesse processo, mas alerta sobre o risco de pais utilizarem o valor como solução para compensar ausência, negociar comportamentos ou estimular um consumo sem limites.
“Se você for começar com a mesada precisa ter um porquê. Pode ser para o filho aprender a poupar, a entender o valor das escolhas ou até para ele aprender a fazer um pequeno orçamento. Mas quando vira só um dinheiro dado por dar, o jovem não vai saber usá-lo de maneira sabia se não tiver um direcionamento dos pais e pode acabar ficando sem limites com os gastos”, diz Malu.
A influenciadora também defende que a mesada deve acompanhar a realidade financeira da família, sem comparações com colegas ou familiares. Ela recomenda que o valor e a frequência sejam ajustados conforme o contexto da casa e o amadurecimento do jovem. “Não existe valor certo ou fórmula única. O importante é ter clareza de que a criança não vai aprender sozinha e que vai precisar ser educada financeiramente dentro de casa para poder utilizar a mesada como uma ferramenta de aprendizado.”, afirma.
Malu Lira, que constrói sua audiência com dicas práticas e linguagem acessível, reforça que os pais não devem ter medo de falar sobre dinheiro com os filhos. Segundo ela, esconder dificuldades ou tratar o tema como tabu cria adultos inseguros e vulneráveis a endividamento e decisões financeiras por impulso.
Em tempos de redes sociais e exposição constante a padrões de consumo, a influenciadora avalia que a mesada pode ajudar o jovem a diferenciar desejo de necessidade e entender a importância de planejar antes de gastar. “A mesada não é sobre ter, é sobre saber o que fazer com o que se tem”, conclui.
Maria Luiza Lira @malu.financas
Amazonense que com 14 anos é escritora, porta-voz da Me Poupe! e palestrante de educação financeira para crianças e adolescentes. Nascida em 2010, sempre se mostrou curiosa e interessada em assuntos relacionados a finanças. Começou seus estudos assistindo vídeos da Me Poupe! e, aos 11 anos, escreveu seu primeiro livro. Hoje, aos 14 anos, tem 15 livros publicados, todos com a temática de educação financeira para crianças, além de ser idealizadora do Projeto ‘Malu Finanças na Escola’, que oferece soluções para a educação financeira para crianças, pais, professores e gestores públicos, presente em mais de 100 escolas do Brasil.
Gabrielle Monice