Autor: Pedro Paulo Paulino

Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

Foto: Garapa – Coletivo Multimídia / Wikimedia Commons.A Academia Brasileira de Letras acaba de eleger seu mais novo integrante: o ambientalista, filósofo e líder indígena Ailton Krenak. Aos 70 anos, Krenak é o primeiro indígena a tomar parte nos quadros da ABL, ocupando a cadeira número 5, já por si uma cadeira com valor histórico, pois pertenceu à cearense Rachel de Queiroz, primeira mulher a ingressar nessa renomada confraria.Na disputa pela vaga, Krenak obteve 23 votos, contra 12 da historiadora Mary del Priore e 4 de outro candidato indígena. Embora não cultive o hábito da escrita, o novo imortal, nascido…

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Eu só o vi uma vez, em 2017, durante os festejos religiosos de Canindé. Pequenas montanhas de livros expostas no porta-bagagem aberto do carro. Um outro tanto espalhado na calçada, bem no centro comercial da cidade, em meio aos transeuntes, quase todos indiferentes. Volumes usados, de literatura, história e também livros técnicos, afora revistas e outras publicações. Velhas enciclopédias e coleções.Enquanto eu passava em revista o estoque e adquiria alguns exemplares, trocamos um dedo de prosa. Identificou-se como sendo Nazareno Silva, 70 anos, 40 de vendedor de livros e 20 de festa do Canindé. Disse-me também ser potiguar de Mossoró.…

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© Pedro Paulo PaulinoTrês de outubro é o apogeu dos festejos franciscanos na cidade de Canindé, plantada no coração do Sertão. Trata-se de uma das mais antigas e concorridas tradições religiosas do Nordeste brasileiro. Nesta data, a cidade vira um formigueiro humano, com a presença de milhares de pessoas que de diversas cidades e estados nordestinos chegam para visitar o Santuário de São Francisco, tido como o segundo maior depois do Santuário da cidade italiana de Assis, berço do santo que viveu nos primórdios do milênio passado.Os dias três e quatro de outubro são, portanto, a culminância dos festejos, que…

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© Divulgação/ICTQA pequena Júlia Maria, de apenas dois anos, nascida no Ceará, viajou no dia 13 de setembro, na companhia dos pais, à cidade de Curitiba, para lá receber a dose única de um medicamento tido como o mais caro do mundo. Vítima de uma doença atrofiante, o remédio milagroso promete restituir-lhe os movimentos vitais mais simples, como se mover e respirar sem aparelhos. As notícias mais recentes dão conta de que a menina já consegue mover as pernas. Essa vitória sem preço, em contrapartida, custou aos pais da pequena Júlia Maria uma maratona penosa e duradoura.O medicamento custa em…

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© Divulgação/Reprodução InternetHá mais de uma semana, o mundo acompanha com tristeza as notícias das catástrofes naturais registradas no Marrocos e na Líbia. Terremotos e inundações, separadamente, destruíram grande parte daqueles dois países do norte da África. O saldo das tragédias representa milhares de vítimas de todas as idades, entre mortos, feridos, desaparecidos e desabrigados. A solidariedade em busca de salvar e amparar o enorme contingente de afetados pelas duas calamidades envolve esforços de diversas nações de vários continentes. A Líbia enfrenta até mesmo dificuldade para enterrar seus mortos pela catástrofe – que se calcula em torno de 20 mil.No…

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© Canva/ReproduçãoO meu primeiro brado pessoal de independência aconteceu durante o curso primário. Estudante procedente do meio rural, no ano de minha estreia em uma escola da cidade, deparei-me, no segundo semestre de aula, com uma experiência que para mim foi insólita e traumática: a participação obrigatória de um desfile estudantil no 7 de Setembro. Meu desconforto diante dessa nova situação começou com os treinos diários. Em detrimento disso, aulas eram sacrificadas, e, sob as ordens do orientador, saíamos em formação desfilando nas ruas, debaixo de um sol impiedoso. No primeiro ensaio, voltei para casa desapontado, e não escondi meu…

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© Divulgação/CanvaÉ conhecida a frase do escritor Nelson Rodrigues: “Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia”. A meu ver, porém, a sentença pode, sem prejuízo, resumir-se ao primeiro período: “Deve-se ler pouco e reler muito”.O ato de reler, evidentemente, inclui reler por completo um livro de autor da nossa predileção, ou apenas trechos, ou páginas salteadas, ou capítulos inteiros. Às vezes, relemos estritamente por necessidade ou fonte de pesquisa associada a outra leitura do momento ou mesmo…

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© Divulgação/CanvaNotícias dão conta de que um famoso apresentador da televisão brasileira encontra-se à mercê de um doador de coração, haja vista ter sido acometido de insuficiência cardíaca. O animador de auditório, internado há dias em um dos que se dizem melhores hospitais do país, está dependendo de compensação clínica, enquanto alcança receber a graça da doação de um coração novo. A espera, na fila de transplante, pode durar meses, em oposição à urgência do caso.Embora detentor de uma fortuna estimada em mais de R$ 1 bilhão, o notável paciente teve que apelar para o sistema de saúde pública brasileiro,…

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© ShutterstockHá poucos dias um jornal noticiou que o gato mais rico do mundo possui fortuna avaliada em 18 milhões de euros, valor equivalente a mais de cem milhões de reais. Blackie é o nome do felino e pertenceu a um britânico que enriqueceu vendendo e comprando antiguidades. O excêntrico milionário vivia recluso, isolado da família, criava 15 gatos e, quando morreu, apenas Blackie estava vivo, tornando-se herdeiro da riqueza de seu dono. “Para garantir o bem-estar do animal, mesmo após a sua morte, Ben doou o dinheiro de Blackie para três instituições de caridade para gatos, sob a condição…

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© DivulgaçãoAcabo de ler cem crônicas escolhidas de Rachel de Queiroz. Um alpendre, uma rede, um açude é o título do livro, com selo da Editora José Olympio. O repertório de crônicas selecionadas abrange pelo menos um ciclo de dez anos de atividade jornalística da escritora, o período entre 1946 e 1956, quando ela era habitante da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Algumas crônicas vêm assinadas diretamente do Ceará, escritas sempre quando ela retornava ao seu chão de origem.A maioria desses escritos, senão todos, foram publicados originalmente na revista O Cruzeiro, publicação semanal que atravessou incólume quase cinco décadas, pertencente ao…

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