Autor: Pedro Paulo Paulino

Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

Em face de sua importância no cotidiano e na vida inteira de todos nós, podemos afirmar com garantia que todo dia é dia da mulher, aqui e alhures. E não só por isso, mas, sobretudo, pela sua grandeza, beleza e atrativos físico e emocional, todo dia é dia da mulher. Mãe, esposa, companheira, sogra, filha, irmã, madrinha, amiga, em virtude dessas presenças indispensáveis ao nosso convívio, devemos proclamar cada dia do ano como o dia da mulher. Ainda sendo assim, não resta dúvida, que um dia reservado no calendário e dedicado especialmente a elas é uma homenagem simpática, justa e…

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Em nosso cotidiano, o calendário é um instrumento fundamental. Quase tudo que vamos fazer depende, logicamente, do calendário. Somos servos do calendário. Das fases da Lua às efemérides, muita coisa está contida neles. De tão presente, útil e indispensável, nem nos damos conta, em nossa vida prática, de como surgiu o calendário ou os calendários, visto que há vários deles. E não é agora que vamos nos deter em pormenores acerca das origens calendáricas. Basta saber, no geral, que o surgimento dessa ferramenta estritamente humana remonta a séculos antes da Era Cristã, e que o mais recente sistema de divisão…

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Eles despertam com o amanhecer. O mais festivo e canoro é o Cardeal, que entre nós é mais conhecido como Galo-de-campina. É o seresteiro comum das manhãs, em especial, na estação das chuvas. Seu canto mavioso espalha-se de todo pelos ares, avisando aos demais viventes ao seu redor que o dia está começando. Com o crescer das horas, ecoa, inimitável, a voz da Fogo-apagou, cujo nome é uma onomatopeia da sua própria cantiga. Já aquele outro, de onde quer que ele esteja, impossível é não se ouvir sua canção amorosa: o Bem-te-vi, o indiscutível tenor da mata. Na apresentação dessa…

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Música e perfume, sabemos, marcam momentos para sempre. A essa diminuta lista eu acrescentaria a chuva. Pelo menos para nós habitantes do quase deserto, onde as benesses do céu são raras, a volta das chuvas traz consigo uma enxurrada de gratas lembranças que nos remetem a momentos mágicos, em especial, aos dias da nossa bendita infância. Na transformação radical do clima, há um choque térmico nas emoções. Relembranças saborosas de instantes congelados na memória, e que de súbito vêm à superfície dos sentimentos, transportando-nos para algum lugar do passado – às vezes nem tão distante. Imagens de alguns outros tempos.…

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Sempre que chega o carnaval, pergunto-me: afinal, que folião sou eu? Que amigo sou eu da folia, se jamais me comportei, em momento algum, como um súdito do Rei Momo? Mesmo na quadra mais radiante da existência, que é a dos 20 aos 30 anos, mantive-me sempre, por exclusiva vontade e vocação, à margem dos festejos carnavalescos. Jamais pus uma máscara em meu rosto, uma fita sequer que pudesse identificar em minha indumentária qualquer coisa que lembrasse o carnaval. Enfim, jamais arredei o pé em busca de um baile de carnaval, de tantos que se multiplicam por aí nas seguidas…

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Na segunda vez que visito o rancho do meu jovem casal de amigos Djacir e Hozana, sou recebido à mesa com uma saborosa carne de pato regada a um aperitivo da melhor qualidade. Esses meus dois amigos abstêmios, numa atenção especial, reservam-me na prateleira da cozinha um recipiente do nosso bom néctar, que brindo, com meu copo abastecido, o copo simbólico deles. Da primeira vez que visitei essa graciosa moradia, o tira-gosto foi na base da tilápia, outro cardápio luxuoso, sem menoscabo do pato. A moradia, situada em um dos bairros tradicionais de Fortaleza, pela sua tranquilidade, parece encarnar o…

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Deitado na rede estirada entre dois armadores, na pequena mas aconchegante sala de sua moradia, as janelas abertas deixando entrar o vento agradável da manhã, foi assim que encontramos o Zé Freire, sertanejo dos mais populares nos sertões de Canindé. A ida até seu rancho, localizado no distrito que tem o auspicioso nome de Esperança, partiu de um convite do meu amigo Capitão Ari Bezerra, veterano da Marinha Mercante do Brasil. A viagem até lá é feita, em parte, sobre o asfalto da rodovia estadual que liga o povoado de Campos à terra dos monólitos. Depois, percorrem-se nove quilômetros de…

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É notícia: “Alunos de escolas públicas do Ceará alcançam mais de 900 pontos na redação do Enem”. Notícia alvissareira. Deixa pleno de ânimo e gratificado o segmento do ensino público em seus diversos níveis. Antes, e por muito tempo, estigmatizada e vista com certa desconfiança, a educação pública, de um tempo para cá, vem apresentando um perfil de mais credibilidade e aceitação. Demonstra estar saindo de um estágio pueril para a maturidade, direcionando seu público estudantil rumo ao horizonte do profissionalismo. Para os alunos vitoriosos nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, instrumento que é a porta…

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A vaia é um dos mais antigos apelos de protesto. Supõe-se que surgiu na Grécia há não sei quantos séculos. De lá, espalhou-se por todo o mundo e ainda hoje é, entende-se, uma forma de desaprovação coletiva bastante usada. A vaia parte sempre de um anônimo infiltrado no meio do público ou de um conluio. Pode ser um protesto procedente, como pode ser também uma manifestação à toa, grosseira e debochada. Um desabafo ou uma descompostura. No primeiro caso, o público exprime um sentimento lídimo com uma reprimenda; no segundo caso, a vaia pode restringir-se meramente a um insulto. Em…

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No nosso linguajar regional nordestino, talvez não haja uma expressão mais cheia de significância, expectativa e ternura, do que essas três palavras juntas: “bonito pra chover”. Pronunciada ou simplesmente pensada, a expressão se manifesta quando se olha o céu e avista-se um conjunto de nuvens cor de chumbo, aglomerando-se, umas puxando as outras para mais perto de si, até se juntarem por completo, e, numa ação coletiva, despejarem suas águas sobre as terras ressequidas deste imenso sertão.   “O tempo está bonito” é outra expressão de nossa legítima propriedade, nordestinos, cearenses, filhos do semiárido. Lá fora, em outras regiões, o mesmo…

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