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    Home » O GIRASSOL DO SERTÃO
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    O GIRASSOL DO SERTÃO

    Pedro Paulo PaulinoPor Pedro Paulo Paulino27/01/2023Nenhum comentário3 minutos de leitura
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    © Pedro Paulo Paulino

    Entre as imagens mais atraentes da natureza, vi uma no meu quintal numa manhã deste ano: a floração do mandacaru. As flores brancas e puras se abriram ao longo dos pés do cacto, à semelhança de girassóis espalmados, acenando para a luz do dia. E logo uma multidão de abelhas e outros insetos rondavam aquelas pétalas voluptuosas, cheias de néctar e beleza. Depois os colibris e outros passarinhos cortejavam alegres as mesmas flores, numa orgia providencial, visto que toda essa fauna é responsável, entre outras coisas, pela proliferação do mandacaru dentro da caatinga.

    Afora o vento, os insetos e as aves parecem ser os únicos seres privilegiados por tocar na brancura e no tecido imaculado das flores do mandacaru.

    Guarnecendo cada pétala, fileiras e fileiras de espinhos altivos, como um exército invencível, perfilam-se e protegem-nas, como se protege um tesouro. Mesmo assim, por uma ordem natural, a flor do mandacaru ostenta seu encanto raro por apenas algumas horas. É comum desabrochar na madrugada e se recolher em si mesma com os primeiros raios de sol.

    A floração termina aí e só se repetirá em outro ano. Esse espaço curto de tempo constitui um luxo na paisagem sertaneja. A propósito, na concepção do homem do campo, a floração do mandacaru está ligada à chegada da chuva, mesmo na estação mais desanimadora das secas. Por isso mesmo, o mandacaru inspirou uma das cantigas mais conhecidas de Luiz Gonzaga.

    Ereto como colunas de um templo, os pés de mandacaru nascem, crescem e sobrevivem nos lugares mais inclementes, até mesmo sobre as rochas, telhados e muros. Conheço um que se equilibra no caule de uma algarobeira, vindo a ser o que os botânicos chamam de planta epífita. Geralmente, esses arbustos vivem isolados uns dos outros, como se fossem monólitos vegetais.

    Para o semiárido, o mandacaru é um símbolo tal como o juazeiro. Na seca, é o aliado mais forte dos pequenos criadores. Levado ao fogo para eliminação dos espinhos, o mandacaru transforma-se em refeição salvadora do gado.

    Nem mesmo a canícula mais devastadora embota o verde do mandacaru, que nos extremos da sequidão torna-se de um verde mais pujante ainda, como que se vingando do sol. E assim, em dado período do ano se transforma no mais varonil dos vegetais da caatinga, para em outra quadra ornamentar invejavelmente a paisagem com suas imensas flores brancas.

    Foi num desses instantes, que no começo deste ano fotografei o pé de mandacaru do meu quintal. Ele amanheceu soberbo de flores. E eu o contemplei demoradamente, cheio de admiração. Afinal, nem todos somos míopes diante dos caprichos da Natureza.

    Pedro Paulo Paulino

    Pedro Paulo Paulino
    • Local na rede Internet

    Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

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