A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, sobre o Rio Tocantins, expôs falhas graves na gestão de infraestrutura pública e a ausência de medidas preventivas por parte das autoridades. A ponte, que conectava os estados de Maranhão e Tocantins, desabou na tarde de domingo (22), resultando em quatro mortes confirmadas e 13 desaparecidos até o momento. Equipes do Corpo de Bombeiros retomaram nesta terça-feira (24) as buscas por vítimas, enquanto o governo tenta justificar a falta de ações preventivas.
Pelo menos oito veículos, incluindo três caminhões que transportavam cargas perigosas, como defensivos agrícolas e ácido sulfúrico, caíram no rio. O acidente não apenas interrompeu o tráfego na região, mas também levantou preocupações sobre possíveis impactos ambientais e riscos à saúde pública devido ao derramamento dessas substâncias.
Medidas emergenciais apenas após o colapso
Dois dias após o desabamento, o Ministério dos Transportes publicou uma portaria decretando emergência para a reconstrução da ponte, prometendo a entrega de uma nova estrutura em até 12 meses, com investimentos de mais de R$ 100 milhões. A portaria permite um processo administrativo mais rápido para a contratação de uma empresa responsável pelas obras.
Embora a medida tenha sido apresentada como uma resposta rápida, críticos apontam que ela chega tarde demais. Especialistas e moradores locais questionam a razão pela qual a ponte, uma ligação vital na BR-226, não foi devidamente monitorada e mantida antes do colapso, evitando o desastre que agora mobiliza esforços e recursos emergenciais.
Investigações em curso
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) instaurou uma sindicância para apurar as causas do desabamento. A primeira reunião da comissão que conduzirá os trabalhos está marcada para quinta-feira (26). Segundo o diretor-geral do órgão, Fabrício Galvão, os investigadores irão ao local para coletar documentos e informações e, possivelmente, contarão com o apoio de órgãos externos.
Apesar da iniciativa, a demora na abertura da investigação reforça críticas à falta de planejamento e transparência. Especialistas em infraestrutura destacam que auditorias preventivas são essenciais para evitar tragédias como essa, especialmente em pontes que suportam grandes volumes de tráfego e cargas pesadas.