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    A Crônica da Semana

    A LAMPARINA SEM A CHAMA DO POETA

    Pedro Paulo PaulinoPor Pedro Paulo Paulino31/05/20244 Comentários3 minutos de leitura
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    Divulgação

    Até hoje, passados já quatro anos, não é com tristeza que relembro Arievaldo Viana. Impossível recordá-lo, sem que sua presença em minha memória seja sempre aquela presença vibrante e eletrizada, cheio de motivações e alguma nova realização intelectual para apresentar. Aquele 30 de maio, em que o poeta prestou conta com este mundo e encantou-se, esse sim, foi o único e definitivo momento de profunda tristeza que dele guardarei.

    Não estava longe, dois anos apenas, ele havia dado à luz seu derradeiro rebento de papel, batizado No tempo da lamparina, livro de memórias, que eu poderia estimar como seu mais apurado trabalho literário.

    Nascido no meio rural, Arievaldo viveu sua meninice quando ainda existia infância pura. E dessa infância, em seu derradeiro livro, ele conta-nos um repertório de acontecimentos hilariantes, outros nem tanto, causos singulares, cenas sertanejas, pessoas simples e situações genuínas de nossa gente criativa e forte. Uma carrada de relembranças preciosas preservadas na memória gigante e compartilhadas com seu público leitor.

    Para situar mais ainda sua autobiografia em seu tempo de infância, o poeta arranjou no título do livro o nome de um objeto rústico e de fundamental utilidade: a lamparina, aparelho artesanal, dotado de pavio de algodão, alimentado por querosene e que vezes incontáveis iluminou os lares sertanejos, quando nem se sonhava com a chegada da luz elétrica nestes ermos.

    Da saleta simples com luz de lamparina, Arievaldo viu-se, já adulto, morando na metrópole, fazendo nome entre nomes famosos da imprensa e das artes, sentindo na pele o choque térmico de quem sai da quentura da caatinga, para os ambientes climatizados dos escritórios, por onde ele passou e deixou impressa sua marca registrada de artista brilhante. De suas entranhas, todavia, jamais escaparam a ternura do chão natal, o calor humano de sua gente, a grandeza da simplicidade e a poesia agreste inspirada na vivência do campo. No tempo da lamparina é o filho caçula e último da pena de Arievaldo, que tão cedo de cá partiu, quando tantos horizontes ainda havia diante da sua visão de artista plural e laborioso. 

    Bom contador de história, dele ouvi esse fato jornalístico. Há algum tempo, um homem bastante conhecido nas letras de Fortaleza morreu. E não demorou para que seu nome fosse, dia a dia, caindo no abismo do esquecimento. Um amigo jornalista, renomado na imprensa da Capital, teve então ideia surpreendente. Publicou uma crônica, na qual afirmava ter passado a tarde do dia anterior num alegre bate-papo entre ambos, no banco rotineiro da praça. E pintou a narrativa com tintas tão coloridas, que deu a entender ser mesmo pura verdade o que fantasiara. Publicada a crônica, leitores e mais leitores telefonavam-lhe, estranhando o episódio. “Foi a maneira que eu achei para fazê-los relembrar o nome do nosso bom amigo, haja vista ter caído tanto no esquecimento”, justificou o criativo cronista.

    Caro Arievaldo, que o combustível da sua inteligência alimente sempre o pavio da nossa memória em torno do seu nome e do seu legado intelectual, para que nunca precisemos imitar a ideia apelativa da crônica que você um dia me contou.

    Pedro Paulo Paulino
    • Local na rede Internet

    Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

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    4 Comentários

    1. Alfredo Neto sobre 31/05/2024 9:01 am

      Parabéns pelo texto, pela lembrança tão doce desse querido amigo que não sai do nosso coração. Estamos sempre revirando os nosso arquivos de conversas em busca do seu toque genial de criatividade. Ari vive em sua obra e em nossas memórias. Obrigado poeta Pedro Paulo Paulino.

      Responder
      • Pedro Paulo Paulino sobre 31/05/2024 9:19 am

        Obrigado, Alfredo Neto. Ari foi um exemplo de trabalho, competência e dedicação.

        Responder
    2. Ney Alcântara sobre 31/05/2024 10:02 am

      Excelente!

      Tive o prazer de ler seu livro, por sinal, autografado.
      Uma das mais fascinantes histórias que me encantaram, é do indivíduo que para tomar um trago de cana da boa na bodega do pai de Ari, fantasia a existência de uma “pedra preciosa “, o que certamente seduz o balconista, que se abre a tentação do indivíduo até ele encher o “bico”, para dizer que infelizmente ainda não tem a pedra, mas que sabia de sua existência, provocando no comerciante, óbvia decepção!
      Kkkkkkkkk

      Responder
    3. Pedro Gervásio Moreira Martins sobre 01/06/2024 3:59 pm

      Meu dileto amigo poeta, lí seu texto cheio de emoção por tratar de outro amigo que tão novo nos deixou. Serviu-me para lembrar desse grande amigo, um artista multifacetado, que deixou seu nome escrito na cultura cearense. Seu texto dispensa qualquer comentário, de tão bem exposto.

      Responder

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