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A pergunta é antiga, mas o tema continua palpitante. 20 de julho de 1969 entrou para a história como o dia em que, pela primeira vez, o homem ousou pisar na Lua. Aceitemos a história como verdadeira, apesar das hipóteses conspiradoras e da mera incredulidade de muita gente até hoje. O que de fato nos interessa aqui é a pergunta: o que o homem foi fazer na Lua? Curtir o nascer da Terra no horizonte lunar? Ver as estrelas de mais perto? Destronar a Lua do se pedestal de deusa dos românticos e enamorados? Pedir presencialmente a bênção a São Jorge? Sabe-se, todavia, que a cobiça de pisar no nosso satélite natural deveu-se a uma ferrenha queda de braço entre americanos e russos. Pois é notório que na corrida espacial, os russos estiveram muito tempo à frente dos ianques.
Já em 1957, a União Soviética lançou o Sputinick I, primeiro satélite artificial a navegar no espaço. Também foi aquele russo, Yuri Gagárin, o primeiro homem a orbitar a Terra, a bordo da sonda Vostok I, em 12 de abril de 1961. O pioneirismo russo mexeu com a vaidade e a ciumeira dos norte-americanos. Foi então desencadeada uma espécie de faroeste sideral. Superar o feito dos russos, nada melhor do que botar o homem na Lua.
Segundo a história, a missão teve várias etapas, até que, no dia 20 de julho de 1969, levados pela Apolo 11, Armstrong, seguido por Aldrin, marcaram o solo lunar com os rastros de suas botas. Enquanto isso, Collins, o terceiro astronauta, ficou em órbita, aguardando a volta dos companheiros que permaneceram algum tempo sobre a superfície inóspita de um outro mundo, onde deram alguns saltos, fincaram uma tela de alumínio e a bandeira do seu país. E a missão não parou por aí. Depois deles, outros astronautas também visitaram a Lua.
O saldo científico de tal aventura foi quase zero. Marcou irreversivelmente foi a cabeça dos astronautas. Após regressarem ao ambiente hospitaleiro da Terra, consta que um deles fundou uma religião, outro virou pastor, outro mais saiu em busca dos destroços da arca de Noé, e Aldrin, um dos homens mais destacados do programa, virou papudinho. Precisou de tratamento para abandonar o copo. Armstrong, o pioneiro, isolou-se em uma fazenda, correndo léguas para não dar entrevista, até o dia de sua morte em 2012.
Houve também o caso escandaloso de James Irwin, o astronauta que levou 400 selos para a Lua – sem participar à Nasa –, os quais trouxe de volta para vender como relíquia, por certo, o primeiro caso de corrupção espacial. O contrabando foi descoberto e a tripulação inteira foi afastada e punida.
O rolê dos americanos pelo deserto lunar custou qualquer coisa como 25 bilhões de dólares e, pelo que dizem, envolveu cerca de 400 mil pessoas. De lá, os astronautas trouxeram apenas algumas amostras de rocha que viraram peças de museu. Em troca, deixaram três jipes, seis bandeiras, afora outros trambolhos abandonados sobre a superfície até então imaculada da Lua. E também as pegadas que, devido à ausência de erosão, deverão perdurar por uma infinidade de tempo no território sagrado de São Jorge.
Pedro Paulo Paulino