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    UM ANJO CHAMADO FÁTIMA

    Pedro Paulo PaulinoPor Pedro Paulo Paulino13/08/2024Nenhum comentário3 minutos de leitura
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    Foto: Divulgação

    Chamava-se Fátima. Morreu em tenra idade, em 1974. Podia ter sido um anjinho como tantos outros de sua época, quando a mortalidade infantil ainda acontecia em larga escala. Podia também ter sido enterrada numa encruzilhada, caso fosse pagã, como mandava a tradição. Pois até não muito tempo atrás, no pensar de uns, as crianças que morriam sem o batismo não eram dignas de ser enterradas no cemitério, mas numa encruzilhada, via de regra formada pelas veredas sertanejas, e seu espírito subia para o limbo, um lugar neutro, nem céu nem purgatório. Já outros acreditavam que a criança morta e pagã, que não conheceu o pecado nem o mal, tornava-se logo um anjinho e devia ser enterrada isolada do campo santo dos pecadores, e na condição de anjo, escalava o caminho direto para o céu.

    Folclore à parte, o caso de Fátima foi bem diferente. Ela tornou-se um anjinho internacional e foi parar em páginas de livro. Vamos ao caso. A fotografia dita lambe-lambe estava em alta. No pátio em frente à basílica instalavam-se os modestos estúdios ao ar livre, com seus cenários temáticos em torno da romaria. Diante de uma câmera lambe-lambe, foi exposto o pequeno caixão de Fátima, na calçada do sobrado onde hoje funciona a biblioteca municipal. A foto mostra, em torno do caixão, um pequeno agrupamento de pessoas humildes, e em meio delas, familiares da criança morta.

    Por esse tempo, encontrava-se em Canindé o pesquisador e escritor suíço Hugo Loetscher, que travou conversa com vários nativos, dentre eles o sineiro Getúlio Colares e o icônico fotógrafo lambe-lambe, Zé da Mocinha. O episódio da criança morta deixou o visitante suíço tomado de curiosidade. Como pesquisador, ele quis saber detalhes da breve trajetória de Fátima neste mundo.  E assim, colhendo dados e mais dados, puxando conversa com um e outro, visitando pontos-chaves da religiosidade popular, fazendo um apanhado dos costumes e tradições locais, ele tornou Fátima a personagem central de um romance de sua autoria, cujo título traduzido é Mundo Milagroso. A imagem da menina morta no caixão serviu de ilustração para a capa do livro de Loetshcer.

    Passados 25 anos, em 1999, ele retorna a Canindé, na companhia do estudioso belga Jeroen Dewulf. A viagem de ambos ao Brasil rendeu dois artigos que têm como foco a história de Fátima. As narrativas ajudam a compor o livro 40 Anos – Casa de Cultura Alemã no Ceará, uma compilação bilíngue, alemão-português, de dezenas de textos de diversos autores, com cerca de 500 páginas, lançado em 2003 pela Universidade Federal do Ceará. A narrativa de Dewulf é uma carta endereçada a Fátima, daí o título: À procura de um anjinho. Já a narrativa de Loetscher tem como título A carregadora d’água, e a personagem central também é, claro, Fátima. A tradução do texto vem assinada pelo professor de língua alemã e um dos organizadores da obra, Tito Lívio Cruz Romão, que tem suas raízes de família no município de Canindé.

    Logo no início da narrativa, Loetscher escreve: “Se os anos tivessem sido bons ou ruins, independente de como se tivessem alternado, uma coisa, Fátima, com certeza terias sido: carregadora d’água. Uma daquelas carregadoras d’água que se podem encontrar no Nordeste”. O autor se baseia, naturalmente, na condição humilde de Fátima, morta na infância, certamente, em situação de pobreza extrema. Não questionemos. O certo é que Fátima foi, portanto, um anjinho que Canindé, há muitos anos, exportou para o exterior e, sem dúvida, para o céu, o céu dos anjos.

    Pedro Paulo Paulino
    • Local na rede Internet

    Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

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