O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (13), aponta revisões importantes nas projeções econômicas para os próximos anos, refletindo o cenário de incertezas no mercado. As medianas das expectativas mostram aumento nas previsões para inflação (IPCA), crescimento do PIB e taxa de câmbio em 2025, enquanto a taxa Selic deve subir ainda mais, reforçando a perspectiva de um ciclo mais longo de juros elevados.
Inflação e PIB
Para 2024, a projeção da inflação medida pelo IPCA foi ajustada para 4,89%, levemente abaixo da expectativa de uma semana atrás (4,90%). No entanto, para 2025, o mercado elevou a estimativa para 4,99%, indicando uma dificuldade em convergir a inflação para o centro da meta.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 permaneceu estável em 3,49%, mas para 2025 houve leve alta, de 2,01% para 2,02%. Apesar disso, a recuperação econômica enfrenta o desafio de conciliar a expansão com a manutenção de preços sob controle.
Câmbio
A previsão para o dólar também foi revisada para cima. Para 2025, a expectativa é que o câmbio alcance R$ 6,00, ante os R$ 5,96 projetados na semana anterior. Esse aumento reflete tanto o cenário externo, com incertezas sobre a economia global, quanto a volatilidade doméstica.
Taxa Selic
O destaque do boletim ficou por conta da projeção para a Selic, a taxa básica de juros. Para 2025, o mercado ajustou a estimativa de 14,75% para 15,00%. Essa elevação reforça a percepção de que o Banco Central poderá manter uma política monetária rigorosa por mais tempo para conter pressões inflacionárias persistentes.
Cenário desafiador
Os dados apontam que, mesmo com o aumento no crescimento do PIB, a economia brasileira enfrenta um quadro desafiador, com inflação elevada e um câmbio mais pressionado. O avanço das projeções de juros reforça o impacto no custo do crédito e no investimento produtivo, dificultando uma recuperação sustentável a médio prazo.
O mercado seguirá atento às próximas movimentações do Banco Central e à implementação de políticas fiscais que possam ajudar no controle da inflação e no equilíbrio das contas públicas.
