Mercado Financeiro Reduz Expectativa de Inflação para 2024
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© Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Em uma atualização recente das expectativas do mercado financeiro, o Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (05) pelo Banco Central (BC), aponta para uma redução na projeção da inflação para 2024. De acordo com as instituições financeiras, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como indicador oficial da inflação no Brasil, deve fechar o ano em 3,76%, contra uma previsão anterior de 3,8%.
O documento revela ainda que, para 2025, a projeção da inflação permanece estável em 3,51%, com expectativas de 3,5% tanto para 2026 quanto para 2027, mostrando uma visão de estabilidade econômica a médio e longo prazo.
Essa estimativa para 2024 enquadra-se dentro do intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, a inflação pode variar entre 1,5% e 4,5% sem que a meta seja considerada descumprida.
O recuo nas expectativas de inflação ocorre em um contexto de desaceleração dos preços, particularmente observada em janeiro, quando a inflação foi de 0,42%, influenciada principalmente pela alta nos preços dos alimentos, mas ainda assim apresentando um índice abaixo do registrado em dezembro de 2023 (0,56%).
Política Monetária e Juros Básicos
Diante deste cenário, o Banco Central continua utilizando a taxa básica de juros, a Selic, como seu principal instrumento para o controle da inflação. Atualmente, a Selic encontra-se em 11,25% ao ano, após sucessivos cortes visando um ajuste na política monetária para enfrentar as pressões inflacionárias. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), marcado para os dias 19 e 20 de março, deve continuar a trajetória de cortes nos juros, com a expectativa de uma redução de 0,5 ponto percentual.
Esse ajuste nos juros reflete o esforço do Banco Central em manter a inflação sob controle, ao mesmo tempo em que busca não comprometer a recuperação econômica. As taxas de juros influenciam diretamente no custo do crédito e na capacidade de poupança, afetando o consumo e os investimentos.
Crescimento Econômico e Câmbio
No que diz respeito ao crescimento da economia brasileira, o mercado financeiro ajustou para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, passando de 1,75% para 1,77%. As expectativas para os próximos anos também são otimistas, com um crescimento estimado em 2% para 2025 e mantendo o mesmo índice para 2026 e 2027.
Quanto ao câmbio, a expectativa é que o dólar encerre 2024 cotado a R$ 4,93, com uma projeção de R$ 5 para o final de 2025.
Essas projeções sinalizam uma perspectiva de estabilidade e crescimento moderado para a economia brasileira, num contexto de ajustes na política monetária e esforços para controlar a inflação, enquanto se busca fomentar a atividade econômica e o desenvolvimento sustentável.