Crescimento do Eleitorado Jovem Marca Nova Tendência em Eleições Municipais
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TSE |
Este fenômeno, que começou a ser notado em 2022, quando o crescimento de jovens eleitores ultrapassou 51% em relação à eleição geral anterior, sinaliza uma mudança de paradigma na participação política da juventude brasileira. Desde 2018, o eleitorado brasileiro habilitado para votar expandiu em 6,21%, saltando de 147 milhões para 156.454.011 pessoas nas Eleições de 2022.
A Política Atrai os Jovens
Marcela Machado, cientista política e doutora pela Universidade de Brasília (UnB), aponta o recente histórico político do país como um dos motores desse interesse renovado dos jovens pela disputa eleitoral. “As pessoas entenderam que tudo é política. Então não dá para ficar isento”, explica Machado. A especialista ressalta o papel das redes sociais na disseminação de conteúdo político adaptado aos jovens, com vídeos e linguagens mais acessíveis, ampliando a conscientização sobre a importância da política no cotidiano.
Jovem Cidadão: Engajamento e Educação
O Tocantins lidera a participação de eleitores com 16 e 17 anos, representando 0,14% do total de seu eleitorado. Seguem-se Piauí e Paraíba, com percentuais que, embora menores, destacam-se mesmo frente a estados com maiores populações. No outro extremo, encontram-se o Distrito Federal, o Rio de Janeiro e São Paulo, com os menores índices de participação dessa faixa etária.
Marcela Machado também aponta que o engajamento dos jovens nas eleições municipais é influenciado pela natureza dessas disputas, que muitas vezes não convertem em participação devido ao seu aspecto mais localizado e familiar. Por outro lado, as eleições gerais tendem a mobilizar mais o público jovem, devido ao caráter mais amplo e coletivo das questões debatidas.
A falta de conhecimento sobre o papel de prefeitos e vereadores também é um desafio para a maior participação dos jovens. “Toca muito na questão da educação política. Jovens de 16 e 17 anos, se não sabem para que serve, qual é a função, o que vem de um vereador ou o que faz um prefeito, não se estimulam a participar daquele evento democrático”, conclui a doutora.
Este aumento na participação dos jovens nas urnas reflete uma maior conscientização sobre a importância do voto e o papel ativo que os cidadãos, independentemente da idade, podem exercer na democracia. A tendência sugere um futuro em que os jovens não apenas participam, mas influenciam significativamente o cenário político do Brasil.