Em 25 de julho, festejam-se o dia do Escritor, dia do Motorista e dia do Trabalhador Rural. Talvez não seja por mero acaso que a tríplice efeméride acontece na mesma data. Entre o motorista e o escritor nota-se forte afinidade. De modo que, quem maneja a pena, como quem conduz a direção precisa, sempre, de muito tento, conhecimento da estrada e domínio sobre as regras da profissão.
No trânsito tumultuado sempre, muita vez o bom motorista tem que dirigir por si e pelos outros. Com o bom escritor é semelhante a situação. No vasto e promíscuo oceano de publicações virtuais vistas nos dias atuais, ao bom escritor requer-se o domínio quase absoluto do ofício, para não incorrer no risco de ser confundido, nesse tráfego maluco da navegação eletrônica, com os “barbeiros” da palavra.
Já o trabalhador rural prepara a terra, para nela realizar o cultivo da sua lavoura. Combate as ervas daninhas e a ameaça de pragas que podem comprometer a produção. O sucesso com o cultivo depende, pois, do máximo de atenção e labuta.
Com o operário da pena, situações praticamente semelhantes vêm à tona durante o seu ofício. A folha em branco ou a tela eletrônica são o solo onde ele semeia e cultiva as palavras, podando-as, adubando-as, regando-as e fertilizando-as com a força da imaginação e combatendo as ervas daninhas, que podem ser representadas pelos lapsos de gramática ou pelas pragas constantes, como a falta de coesão e unidade do produto de sua lavra: o texto.
O escritor, desde os remotos tempos, é o transmissor das manifestações expressas da alma, o codificador de pensamentos, o alimentador das nossas ânsias por conhecimento e das nossas paixões universais.
O motorista, desde os mais antigos tropeiros, são lídimos representantes do progresso em qualquer parte do mundo. Enquanto o agricultor é personagem central de uma das três principais revoluções da humanidade: a cognitiva, a agrícola e a industrial. De forma tangente há, portanto, entre o escritor, o motorista e o trabalhador rural, uma aproximação intimamente compartilhada em seus ofícios. Pelo menos até quando a efeméride não incluir, entre essas três categorias irmãs, o indispensável dia do Homem Virtual.