Inflação registra 0,46% em maio, influenciada por aumento em saúde e alimentação
A inflação acumulada nos primeiros cinco meses de 2024 é de 2,27%, menor que os 2,95% registrados no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 3,93%, praticamente estável em relação ao período anterior (3,94%).
A inflação no Brasil registrou uma alta de 0,46% em maio, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este valor representa uma aceleração em relação ao mês anterior, que foi de 0,38%.
O grupo de saúde e cuidados pessoais teve a maior variação entre os nove grupos investigados, com um aumento de 0,69% em relação ao mês anterior. Este resultado foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços do plano de saúde (0,77%) e dos itens de higiene pessoal (1,04%), destacando-se o perfume (2,59%) e produtos para pele (2,26%). “Maio é marcado pelo Dia das Mães, que colaborou para o aumento de preços dos perfumes, artigos de maquiagem e produtos para pele”, explicou André Almeida, gerente da pesquisa.
Alimentos e Bebidas
Os preços dos alimentos e bebidas subiram 0,62% na comparação com abril, influenciados pela alta dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%), com destaque para a batata-inglesa, que teve um aumento de 20,61%, o maior impacto individual no índice geral. A mudança das safras e as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, uma das principais regiões produtoras, reduziram a oferta do tubérculo.
Outros alimentos que registraram aumento foram a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%). “O leite está em período de entressafra e houve queda nas importações, resultando em uma menor oferta. Já o aumento dos preços do café no mercado internacional influenciou os preços locais”, observou Almeida.
Apesar dessas altas, a alimentação no domicílio desacelerou, passando de 0,81% em abril para 0,66% em maio, devido às quedas nos preços das frutas (-2,73%), especialmente as bananas.
A alimentação fora do domicílio, por outro lado, subiu 0,50%, impulsionada pelo aumento dos preços do lanche (de 0,44% para 0,78%), enquanto a variação da refeição manteve-se próxima à de abril (0,36%).
Outros Grupos
O grupo de habitação registrou uma alta de 0,67%, influenciada pelo aumento da energia elétrica residencial (0,94%), taxas de água e esgoto (1,62%) e gás encanado (0,30%).
No grupo dos transportes (0,44%), a passagem aérea teve a primeira alta do ano (5,91%), além dos aumentos nos combustíveis (0,45%), com etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e gasolina (0,45%).
Variação Regional
Porto Alegre registrou a maior variação do IPCA em maio, com uma alta de 0,87%, devido à tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. As principais altas foram da batata-inglesa (23,94%), gás de botijão (7,39%) e gasolina (1,80%). Entre as 16 áreas pesquisadas, apenas Goiânia teve deflação (-0,06%), relacionada à queda nos preços da gasolina (-3,61%) e do etanol (-6,57%).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou alta de 0,46% em maio, acelerando em relação ao mês anterior (0,37%). O resultado foi impactado principalmente pelos produtos alimentícios, que subiram 0,64%, e pelos não alimentícios, que variaram 0,40%.
Porto Alegre também teve a maior variação do INPC (0,95%), influenciada pelas mesmas altas observadas no IPCA.
Devido à calamidade pública na região metropolitana de Porto Alegre, a coleta de preços foi intensificada de forma remota, passando de 20% para aproximadamente 65%. Os preços foram coletados entre 1º de maio e 29 de maio de 2024 e comparados com aqueles vigentes entre 29 de março e 30 de abril de 2024.