Enchentes no Rio Grande do Sul causam queda de 15,6% nas vendas da indústria em maio
Em 2023, o Rio Grande do Sul foi o estado com o quinto maior PIB do Brasil, com R$ 640,299 bilhões, equivalente a 5,9% do PIB nacional.
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As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul a partir do fim de abril resultaram em enchentes e enxurradas que afetaram significativamente a economia local. Segundo a Receita Estadual, houve uma queda de 15,6% nas vendas da indústria gaúcha em maio de 2024, em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Setores Mais Impactados
O boletim sobre arrecadação e emissão de notas fiscais apontou os setores mais prejudicados:
- Insumos agropecuários: -39,1%
- Metalmecânico: -24,4%
- Pneumáticos e borrachas: -18,2%
- Têxteis e vestuário: -17,2%
- Madeira, cimento e vidro: -16,1%
O setor agropecuário apresentou uma queda de 9,9% nas vendas em maio, enquanto o setor de alimentos recuou 5,3%.
Retomada e Impacto Econômico
Apesar dos números negativos, o governo do Rio Grande do Sul afirmou em nota que todos os setores analisados já mostram sinais de retomada após o momento mais crítico da crise meteorológica. O maior impacto econômico foi registrado na primeira semana do desastre climático, com uma queda geral média de 37,3%.
Impacto Regional
O relatório também detalhou os dados por região, destacando as maiores baixas:
- Fronteira Noroeste: -63,2%
- Alto do Jacuí: -28,6%
- Vale do Rio dos Sinos: -26,2%
- Vale do Taquari: -26,0%
- Vale do Caí: -25,9%
- Região Metropolitana de Porto Alegre: -21,2%
Arrecadação do ICMS
A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no RS em maio foi R$ 640 milhões menor do que o projetado no início do ano, uma redução de 16,1%. Segundo o governo, 91% dos 278 mil estabelecimentos contribuintes do ICMS no estado estão em municípios em estado de calamidade pública ou emergência. Desses, 44 mil estabelecimentos, responsáveis por 27% da arrecadação de ICMS, estão em áreas inundadas.
Impacto sobre o PIB
O impacto total da tragédia climática no Rio Grande do Sul sobre a economia nacional ainda não foi completamente mensurado. O Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre deste ano, mas destacou que esses números não captam os efeitos das chuvas e enchentes no território gaúcho. “Isso só vai aparecer quando tivermos as próprias pesquisas mensais referentes a esse período”, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.