Dívida Pública Federal do Brasil Registra Queda em Janeiro de 2024
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Foto: Marcello Casal/Agência Brasil |
O Tesouro Nacional divulgou,
nesta segunda-feira (26/2), um panorama animador sobre a Dívida Pública Federal
(DPF) do Brasil, que encerrou o mês de janeiro de 2024 com uma redução de
1,08%, totalizando R$ 6,449 trilhões. Este resultado situa-se confortavelmente
abaixo dos parâmetros estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF),
que projetava limites entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões para o ano.
A retração da dívida coincide
com um período de ajustes nos juros nos Estados Unidos, levando a um
realinhamento das expectativas do mercado quanto à política monetária. Em
resposta a este cenário global, o Tesouro Nacional brasileiro captou recursos
externos de forma estratégica, realizando emissões significativas nas tranches
global 2034 e Global 2054, marcando a maior captação externa do órgão.
No mercado interno, as emissões
de dívida totalizaram um recorde nominal para janeiro, atingindo R$ 185,34
bilhões. Contudo, os resgates superaram as emissões, alcançando R$ 317,40
bilhões, resultando em um resgate líquido de R$ 132,07 bilhões. Esse volume
reflete uma estratégia do governo de ajustar sua estrutura de dívida, com uma
preferência marcada por títulos atrelados a taxas flutuantes, evidenciando uma
busca por flexibilidade financeira.
A diversificação das fontes de
financiamento também se destacou, com a Dívida Pública Federal externa (DPFe)
apresentando uma emissão líquida histórica de R$ 15,84 bilhões. Esta
movimentação sublinha o esforço do governo em aproveitar as condições favoráveis
do mercado internacional para otimizar o perfil da dívida.
Apesar da diminuição do estoque
total da DPF, as instituições financeiras continuam sendo os principais
detentores da dívida, enquanto o setor de previdência e os investidores
não-residentes viram aumentos em seus estoques, refletindo a confiança e o interesse
diversificado na dívida brasileira.
O relatório aponta para uma
diminuição no percentual da DPF com vencimento no curto prazo e um aumento no
prazo médio da dívida, indicando uma estratégia de alongamento da dívida para
mitigar riscos futuros. Além disso, o custo médio da dívida apresentou
variações, com um ligeiro aumento no custo total e uma redução nos custos da
Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi).
A reserva de liquidez do Tesouro
sofreu uma redução significativa, ajustando-se a R$ 813,23 bilhões, enquanto o
Programa Tesouro Direto mostrou um crescimento tanto em participação quanto em
volume, destacando-se pela sua acessibilidade e pela preferência dos
investidores pelo Tesouro Selic.