Copom reduz a taxa Selic para 11,25% ao ano
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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil |
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros, Selic, para 11,25% ao ano. A decisão foi tomada considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e as informações disponíveis. O ambiente externo continua volátil, com debate sobre o início da flexibilização de política monetária em grandes economias e sinais de queda da inflação em diversos países.
No cenário doméstico, os indicadores de atividade econômica estão consistentes com a desaceleração antecipada pelo Copom. A inflação ao consumidor e as medidas de inflação subjacente mantêm a trajetória de desinflação, aproximando-se da meta para a inflação. As projeções de inflação para 2024 e 2025, apuradas pela pesquisa Focus, situam-se em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente. As projeções do Copom para o mesmo período são de 3,5% e 3,2%.
O Comitê destaca que persistem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta, destacam-se a persistência das pressões inflacionárias globais e a resiliência na inflação de serviços. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se a desaceleração global mais acentuada que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global.
Considerando o cenário de desinflação, os cenários avaliados e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu pela redução da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual. A decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante.
O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação, mas também a ancoragem das expectativas em torno das metas. Em caso de confirmação do cenário esperado, os membros do Copom antecipam reduções de mesma magnitude nas próximas reuniões.
A magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas, do hiato do produto e do balanço de riscos. A decisão foi votada por unanimidade. O Copom destaca a importância da execução das metas fiscais para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária. O comunicado também apresenta informações sobre o cenário de referência adotado pelo Copom, incluindo a trajetória da taxa de juros.