Confiança do setor de serviços cai pelo quarto mês seguido
![]() |
© Divulgação |
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) medido pelo FGV IBRE apresentou uma queda de 0,9 ponto no mês de novembro, atingindo 94,4 pontos. Esta é a quarta queda consecutiva, resultando em uma perda acumulada de 3,6 pontos durante esse período. Na métrica de médias móveis trimestrais, foi registrado um recuo de 1,0 ponto em relação a outubro.
A análise do economista Stéfano Pacini, do FGV IBRE, destaca que a confiança no setor de serviços foi impactada pelas piores avaliações em relação à demanda e à situação atual dos negócios. Essa tendência de queda, disseminada entre os diversos segmentos do setor, reflete a cautela dos empresários diante de um cenário macroeconômico desafiador.
Ainda segundo Pacini, a redução da taxa de juros e do endividamento das famílias, embora em curso, ainda não se traduziu em uma recuperação do setor de serviços. O economista ressaltou que a reaceleração dependerá da melhora da confiança dos consumidores e da continuidade do bom momento no mercado de trabalho.
Em novembro, a queda no ICS foi atribuída principalmente à piora nas avaliações da situação atual. O Índice de Situação Atual (ISA-S) registrou uma queda de 2,2 pontos, atingindo 97,1 pontos, o menor nível desde maio deste ano (93,4 pontos). Esse declínio foi influenciado, principalmente, pela percepção negativa em relação ao volume da demanda atual, que caiu 3,8 pontos, alcançando 95,9 pontos. O indicador de situação atual dos negócios também teve uma leve redução de 0,7 ponto, chegando a 98,2 pontos.
Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-S) apresentou uma alta de 0,6 ponto, atingindo 92,0 pontos após três quedas consecutivas. O indicador que mede a demanda prevista nos próximos três meses subiu 0,9 ponto, alcançando 92,2 pontos, exercendo uma influência significativa sobre o índice. O indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses teve uma variação de 0,2 ponto, alcançando 91,7 pontos.
Os dados revelam uma piora difusa na confiança entre os diversos segmentos do setor de serviços nos últimos meses do ano. Após um início positivo em 2023, o setor vem perdendo fôlego, com empresários demonstrando cautela diante dos desafios macroeconômicos, como as elevadas taxas de juros e o endividamento das famílias.