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    A Crônica da Semana

    ZEZÉ ALVES CENTENÁRIO

    Pedro Paulo PaulinoPor Pedro Paulo Paulino09/05/20252 Comentários4 minutos de leitura
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    A escrivaninha onde está o notebook em que agora escrevo foi fabricada faz muito tempo. Uma pequena mesa revestida de fórmica vermelha. Embora antiga, seu estado de conservação e integridade física nos dão a entender que foi feita ontem. Isto porque, além do zelo que lhe tenho, convém afirmar que cada peça de mobília fabricada na movelaria Zezé Alves, na cidade de Canindé, tinha a qualidade de durar por tempo indeterminado.

    Além da escrivaninha, há aqui perto de mim outros móveis construídos naquela oficina. Para melhor dizer, era talvez contada a casa, na cidade e povoações, pelos idos dos anos oitenta do século passado, que não tivesse uma mesa, um guarda-roupa, uma cristaleira ou algum outro móvel fabricado na movelaria Zezé Alves. A empresa, faz tempo, não mais existe. Seu dono, sim. E vai completar cem anos de idade na segunda-feira, 12 de maio. Um século de vida!

    Levando em conta a expectativa de vida média do brasileiro, ou em qualquer parte do mundo, é sempre um fato notável quando alguém atinge os cem anos de vida. E com lucidez, especialmente. É o caso de seu Zezé Alves. Exemplo de longevidade com qualidade de vida e consciência em ação. Um século de existência, durante o qual acontecimentos em todo o mundo deixaram sua marca na história.

    Num breve relance, basta dizer que há exatamente cem anos, no Brasil, era inaugurada a primeira emissora oficial de rádio. Acontecia, na capital paulista, a primeira Corrida de São Silvestre. No dia 03 de maio daquele ano, o Senado Federal muda-se para o Palácio Monroe, onde ficaria até sua mudança para Brasília, anos depois. A Coluna Prestes Inicia sua marcha. Um certo John Logie Baird realiza a primeira transmissão de tevê pública. Na Itália, o partido fascista se torna único e Mussolini adquire plenos poderes. No Nordeste do Brasil Lampião pinta e borda. E o mundo contava em torno de dois bilhões de humanos, que nesse período se multiplicaram nos mais de oito bilhões que habitam a terra hoje em dia.

    Fazer cem anos de vida. Que feito admirável! Olhar pelo retrovisor da existência e vislumbrar a longa estrada até então percorrida deve ser algo, em todos os sentidos, espetacular. Um privilégio e tanto!

    Na cidade onde vive e construiu seu legado e família, todos o conhecem e o estimam. É um exemplo vivo de hombridade, convivência harmoniosa, de homem prestativo e trabalhador. Conheço-o desde minha meninice, por meio de meu pai, que lhe apertava a mão de amigo e que, além disso, era também cliente de sua movelaria. E sinto-me feliz por ser testemunha de que seu Zezé Alves logra festejar, neste 12 de maio, seu centenário, sob o calor humano de filhos, netos, bisnetos e admiradores.

    “Olha estas velhas árvores, mais belas / do que as árvores novas, mais amigas”, ensina-nos o poeta Olavo Bilac. E seu Zezé Alves é uma dessas árvores humanas, que durante estes cem anos de vida tem espalhado suas sementes do bem e espelhado seu bom exemplo, ofertando sua sombra agasalhadora, acolhendo com generosidade os que já lhe estenderam a mão, e fincado suas raízes sólidas na terra onde ele tem ofertado sua bondade e dignidade.

    Atingir a longevidade dos cem anos deve ser algo que, a exemplo da física relativística, faz dilatar o tempo e o espaço. De tal forma, que tudo, dias e noites, horas e minutos, devem passar mais vagarosamente do que para o restante das pessoas. Deve ser algo como olhar pela janela de um meio de transporte incansável e ver a vida, lá fora, seguir lentamente, sem pressa, pois tudo que era pressa já ficou para trás. Deve ser aceitar o peso da idade com sabedoria, calma e otimismo. E, acima de tudo, dizer que a vida é bela em todas as épocas e idades.

    E se, por acaso, em algum momento, uma névoa de desânimo toca-lhe a mente e o coração, nada melhor que pegar do violão, aconchegá-lo ao peito e, com os dedos de quem tem um século de vida, recolher das cordas do pinho as notas mais dolentes e juntá-las às cordas do coração, companheiras, amigas e confortadoras. É o que ele ainda faz, e canta, e sorri, e vive. E viverá, vitaminado pela paz interior, e o sorriso largo no rosto onde a vida se manifesta cheia de vida. Parabéns, seu Zezé Alves! Porque já nem é mais necessário desejar-lhe longa vida.

    Pedro Paulo Paulino
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    Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

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    2 Comentários

    1. Arlando Marques sobre 09/05/2025 10:27 am

      Espetacular! 👏👏👏👏👏

      Responder
    2. PEDRO GERVÁSIO MOREIRA MARTINS sobre 12/05/2025 7:31 am

      Parabéns ao Sr. Zezé Alves pelo seu primeiro centenário; e, Parabéns a este poeta amigo que tão bem teceu essa bela e justa homenagem. Desde que me entendi por gente conheço Sr. Zezé Alves, um cidadão honesto, honrado, digno, que além desse centenário, fabricou uma quantidade imensurável de móveis e fez uma gama imensa de amigos. Na casa do meu saudoso e amado pai tinha vários móveis feitos pelas do Sr. Zezé Alves.

      Responder

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