Os trabalhadores com carteira assinada que possuem crédito pessoal sem garantias já podem renegociar suas dívidas por meio do Crédito do Trabalhador. A medida, válida a partir desta sexta-feira (16), permite que os empregados migrem suas dívidas antigas para outra instituição financeira habilitada pelo programa, garantindo juros mais baixos e alívio no orçamento.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) atualmente possui taxa de juros superior a 8%, enquanto o novo programa oferece a possibilidade de renegociar esses débitos com juros que podem ser até pela metade desse valor. “Essa forma provoca uma espécie de leilão entre bancos, já que a instituição financeira pode baixar ainda mais os juros para não perder o cliente”, explicou o ministro.
Para aderir ao programa, o trabalhador deve procurar o banco que deseja utilizar para renegociar sua dívida, já que a troca ainda não está disponível na Carteira de Trabalho Digital. A partir de 6 de junho, será possível migrar qualquer dívida, inclusive as que já estão no Crédito do Trabalhador e no consignado de convênio.
Com essa iniciativa, o Governo Federal espera que o trabalhador consiga reduzir a taxa de juros da dívida original e, se tiver margem consignável, aumentar o valor do novo empréstimo. Quando a dívida é transferida para o Crédito do Trabalhador, o débito anterior é automaticamente quitado, e o trabalhador passa a pagar o novo financiamento, com melhores condições.
Até agora, o Crédito do Trabalhador já emprestou R$ 11,4 bilhões para mais de 2 milhões de trabalhadores, com um valor médio de R$ 5.383,22 por contrato e uma prestação média de R$ 316,61 em um prazo de 17 meses. São Paulo lidera em volume de recursos contratados (R$ 3 bilhões), seguido por Minas Gerais (R$ 960,8 milhões), Rio de Janeiro (R$ 940,5 milhões), Paraná (R$ 769,3 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 760,8 milhões).
Ao todo, 39 instituições financeiras já estão operando o Crédito do Trabalhador, entre as mais de 70 habilitadas. O Banco do Brasil é o que mais realizou operações, totalizando R$ 3,1 bilhões em empréstimos, a maior parte destinada a liquidar dívidas mais caras.
No aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador pode autorizar o compartilhamento de seus dados, como CPF, tempo de empresa e margem disponível. Com isso, em até 24 horas, instituições financeiras enviam ofertas de crédito, permitindo que o trabalhador escolha a proposta com as melhores condições. As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, e até 35% da renda mensal podem ser comprometidos com o empréstimo.
Criado em 12 de março, o Crédito do Trabalhador foi desenvolvido para facilitar o acesso ao crédito para milhões de empregados do setor privado, promovendo inclusão financeira e maior segurança econômica. O programa é voltado para trabalhadores celetistas, domésticos, rurais, empregados de MEI e diretores não empregados com direito ao FGTS.
A expectativa do governo é que, em quatro anos, 25 milhões de trabalhadores sejam beneficiados com a possibilidade de trocar dívidas caras, como empréstimos pessoais sem garantia, carnês de financeiras, rotativo do cartão de crédito e cheque especial, por crédito com juros mais baixos e condições mais vantajosas.