A taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada nesta quarta-feira (29) pelo IBGE. O índice indica estabilidade em relação ao trimestre anterior (6,5%) e queda de 1 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2024.
O número de pessoas desocupadas somou 7,3 milhões, praticamente o mesmo volume registrado no trimestre anterior (7,2 milhões), mas representa uma redução de 11,5% frente ao mesmo período do ano passado, quando 8,2 milhões de brasileiros estavam sem trabalho.
A população ocupada se manteve estável no trimestre, com 103,3 milhões de trabalhadores, e cresceu 2,4% no comparativo anual, com 2,5 milhões de pessoas a mais em atividade. O nível da ocupação, proporção de pessoas ocupadas em idade de trabalhar, foi de 58,2%.
Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, os dados confirmam que o mercado de trabalho manteve a absorção dos postos temporários gerados no fim de 2024, consolidando uma base de empregabilidade mais sólida.
Carteira assinada em alta e informalidade em queda
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde: 39,6 milhões de pessoas. O crescimento foi de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% no comparativo anual.
Já a taxa de informalidade caiu para 37,9%, o menor índice da série recente. São 39,2 milhões de trabalhadores nessa condição, entre empregados sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e auxiliares familiares.
Kratochwill aponta que a maior formalização é reflexo da menor subutilização da força de trabalho, o que fortalece a busca por vínculos mais estáveis e condições melhores.
Entre os dez grupamentos de atividade analisados, apenas o setor de administração pública, educação e saúde apresentou aumento na ocupação frente ao trimestre anterior, comportamento associado à retomada das aulas e contratação de profissionais de apoio escolar e de serviços.
Na comparação com o mesmo período de 2024, cresceram os setores de indústria, comércio, transporte, serviços financeiros e administração pública. A única queda foi registrada na agropecuária, com menos 348 mil ocupados.
Rendimento e massa salarial também batem recorde
O rendimento médio real do trabalho chegou a R$ 3.426, valor estável em relação ao trimestre anterior, mas 3,2% acima do registrado há um ano. A massa de rendimento real, soma dos salários pagos, alcançou R$ 349,4 bilhões, novo recorde da série histórica, com alta de 5,9% em relação a 2024.
A estabilidade no número de ocupados e o crescimento no emprego formal explicam esse avanço, segundo o IBGE.
Os dados reforçam a recuperação contínua do mercado de trabalho brasileiro, com geração de empregos formais e melhora na renda da população.