A percepção de risco fiscal voltou a preocupar os investidores após a derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e o Ibovespa fechou a sexta-feira (27) em baixa de 0,18%, aos 136.865,79 pontos. A movimentação negativa reflete a tensão sobre o equilíbrio das contas públicas e a incerteza sobre a política fiscal do governo.
Apesar do alívio inicial no mercado — com valorização do Ibovespa e queda do dólar impulsionadas por dados do IPCA-15 abaixo do esperado —, a reversão da alta do IOF reacendeu dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir a meta fiscal de 2026. “A decisão foi vista como um alívio para os contribuintes, mas aprofundou as preocupações fiscais, reabrindo o debate sobre novas fontes de receita ou cortes nos gastos”, explicou Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad.
O Ibovespa oscilou entre 137.208,57 pontos na máxima e 136.468,56 na mínima. O volume negociado foi de R$ 16,8 bilhões.
A indefinição em Brasília, com possibilidade de judicialização da medida, alimenta o clima de cautela. “Essa imprevisibilidade tende a manter os investidores retraídos, afetando tanto o apetite por ações quanto a percepção de risco cambial”, completou Zogbi.
No câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,27%, cotado a R$ 5,483. Na semana, a moeda acumula desvalorização de 0,79%. O movimento contrasta com a valorização do dólar frente a outras moedas globais, refletida no índice DXY, que subiu 0,24%, a 97,38 pontos.
O IBGE também divulgou nesta sexta-feira que a taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, frente a 6,8% no período anterior e 7,1% no mesmo trimestre de 2024, o que indica avanço na recuperação do mercado de trabalho.