A produção industrial brasileira caiu 0,5% em maio de 2025 na comparação com o mês anterior, aprofundando o recuo de 0,2% observado em abril. O desempenho negativo foi puxado por quedas em 13 das 25 atividades pesquisadas, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo IBGE.
Entre as quatro grandes categorias econômicas, apenas o setor de bens intermediários registrou variação positiva, com leve alta de 0,1%, acumulando crescimento de 2,4% nos últimos quatro meses. Mesmo com a retração, a atividade industrial ainda está 2,1% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, mas segue 15% abaixo do pico histórico de maio de 2011.
Os principais destaques negativos foram os setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%), produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,8%) e produtos alimentícios (-0,8%). Também houve queda na produção de artigos do vestuário (-1,7%), bebidas (-1,8%) e móveis (-2,6%).
Por outro lado, as indústrias extrativas apresentaram crescimento de 0,8%, registrando a quarta alta consecutiva e acumulando avanço de 9,4%. A expansão foi impulsionada principalmente pela maior extração de minério de ferro.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o desempenho negativo elimina parte do avanço registrado no primeiro trimestre do ano. “O resultado deste mês não apenas intensifica o ritmo de perda em relação ao mês anterior, mas também compromete o ganho acumulado nos três primeiros meses de 2025”, afirmou.
Na comparação com maio de 2024, a produção industrial teve alta de 3,3%. Três das quatro grandes categorias e 19 dos 25 ramos pesquisados mostraram crescimento. Entre os destaques positivos estão as indústrias extrativas (8,7%), veículos automotores (12,2%), máquinas e equipamentos (12,6%) e produtos químicos (6,8%).
No acumulado do ano, a indústria brasileira registra alta de 1,8%, desempenho superior ao mesmo período de 2024, que marcou 1,4%. A melhora foi puxada pelos setores de bens de consumo duráveis, que passaram de 8,7% para 10,0%, e bens intermediários, que subiram de 1,5% para 2,3%. Já bens de capital e bens de consumo semi e não duráveis apresentaram perda de fôlego.
O IBGE destaca que o crescimento anual de maio reflete, em parte, uma base de comparação mais baixa, já que o setor havia recuado 1,2% no mesmo mês do ano passado.