O número de armas de fogo em circulação no Ceará segue elevado, mesmo diante dos esforços das Forças de Segurança do estado. Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) mostram que, entre janeiro e novembro de 2024, foram apreendidas 5.927 armas, um aumento de apenas 0,8% em relação ao mesmo período de 2023, quando 5.878 armas foram retiradas de circulação.
Esse crescimento discreto nas apreensões levanta dúvidas sobre a eficácia das estratégias de segurança pública no combate ao acesso e tráfico de armas ilegais. Na capital, Fortaleza, o aumento foi mais expressivo, com 1.435 armas recolhidas – 115 a mais do que no ano anterior, representando um crescimento de 8,7%. Ainda assim, esse número é insuficiente diante do aumento da insegurança e da crescente presença de armamentos em comunidades vulneráveis.
Falhas na fiscalização preocupam
Em agosto, operações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) trouxeram à tona uma questão preocupante: a prisão de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) em posse irregular de 18 armas. O caso evidenciou falhas no controle e fiscalização de grupos com permissão legal para adquirir armamentos, mas que podem estar contribuindo para a disseminação de armas ilegais no estado.
Na Região Metropolitana de Fortaleza, os números também são preocupantes. Apesar do aumento de 1,8% nas apreensões, isso representa apenas 22 armas a mais em comparação a 2023, um resultado modesto frente aos esforços intensos das forças de segurança. No interior, as apreensões em novembro tiveram aumentos mais significativos: 35,1% no Sul e 14,4% no Norte, indicando que o problema se expande para áreas rurais.
Especialistas apontam que, embora o aumento nas apreensões indique ações policiais mais eficazes, também reflete o crescimento do número de armas em circulação, evidenciando a dificuldade em conter a entrada e disseminação de armamentos no estado.
Com milhares de armas ainda em circulação, o desafio para as autoridades é crescente. Além de intensificar as operações, será necessário repensar estratégias para atacar as causas do problema e reduzir o acesso às armas de fogo.