As vendas no comércio varejista brasileiro registraram uma queda de 1,0% em junho, após cinco meses consecutivos de alta, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). Essa retração ocorre após um crescimento de 0,9% em maio, marcando um efeito rebote natural após a forte expansão recente. No acumulado do primeiro semestre de 2024, o setor apresentou um crescimento de 5,2% em comparação ao mesmo período de 2023, embora tenha desacelerado levemente em relação ao acumulado até maio (5,5%).
Cristiano Santos, gerente da pesquisa, explicou que a queda nas vendas foi influenciada principalmente pela retração em setores-chave como Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%), e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), que foram afetados pela pressão inflacionária, especialmente nos alimentos para consumo doméstico.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, material de construção e atacado de alimentos, o volume de vendas cresceu 0,4% de maio para junho. No entanto, houve uma queda de 1,5% em comparação com junho de 2023. A média móvel trimestral do setor mostrou estabilidade, após uma leve variação de 0,1% em maio.
Desempenho por Setor
Enquanto alguns setores enfrentaram retração, outros continuaram a crescer. Destaques positivos incluem:
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+1,8%)
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+1,2%)
- Móveis e eletrodomésticos (+2,6%)
Esses setores contribuíram para a sustentação do varejo, com destaque para os Artigos farmacêuticos, que registraram o 16º mês consecutivo de crescimento, impulsionando significativamente o resultado geral.
Regionalmente, 20 das 27 unidades da federação apresentaram queda nas vendas em junho comparado a maio, com as maiores retrações em Amapá (-8,7%), Bahia (-2,8%) e Tocantins (-2,7%). Por outro lado, Paraíba (+2,4%), Rio Grande do Sul (+1,8%) e Rondônia (+1,0%) destacaram-se com desempenhos positivos.
Apesar da queda em junho, o setor varejista acumulou um crescimento robusto de 5,2% no primeiro semestre de 2024, apoiado por setores resilientes como Hiper, supermercados e Artigos farmacêuticos. Este resultado é um reflexo de uma base de consumo sólida e contínua, e a expectativa é que o setor continue a contribuir positivamente para a economia no restante do ano.
O varejo ampliado, que cresceu 4,3% no primeiro semestre de 2024, mostrou um desempenho consistente, com destaque para Veículos e motos, partes e peças (+12,2%) e Material de construção (+2,0%). Por outro lado, o Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda de 6,5%, refletindo desafios específicos enfrentados por este segmento.