A inflação no Brasil acelerou para 1,31% em fevereiro, registrando a maior alta para o mês desde 2003, quando atingiu 1,57%. O avanço foi impulsionado pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que teve um impacto de 0,56 ponto percentual no índice. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no acumulado de 12 meses, a taxa subiu para 5,06%, acima dos 4,56% registrados anteriormente.
Quatro dos nove grupos analisados foram responsáveis por 92% da inflação em fevereiro. O setor de Habitação teve o maior impacto, com alta de 4,44%, influenciado pelo fim do desconto concedido pelo Bônus de Itaipu, o que fez a conta de luz disparar. Já o grupo de Educação registrou aumento de 4,70%, reflexo do reajuste das mensalidades escolares no início do ano letivo, com destaque para os aumentos no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,70%, desacelerando em relação a janeiro (0,96%), mas ainda com itens que pesaram no orçamento, como ovo de galinha (15,39%) e café moído (10,77%). A batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%) apresentaram queda. No setor de Transportes, o reajuste do ICMS impactou os combustíveis, com altas de 4,35% no diesel, 3,62% no etanol e 2,78% na gasolina, que sozinha representou um dos maiores impactos individuais no índice.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de menor renda, também teve um forte avanço de 1,48% em fevereiro, após ter ficado estável em janeiro. Esse foi o maior índice para o mês desde 2003. No acumulado de 12 meses, a inflação do INPC chegou a 4,87%, acima dos 4,17% registrados no período anterior.