A indústria brasileira encerrou 2023 com 8,5 milhões de pessoas ocupadas em 376,7 mil empresas, o maior número de trabalhadores desde 2015. O dado faz parte da Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA-Empresa), divulgada nesta terça-feira (25) pelo IBGE, e mostra o peso do setor na economia nacional.
Liderando o setor, a indústria de alimentos respondeu por 23,6% da receita líquida de vendas e empregou 2 milhões de pessoas. A atividade foi a que mais cresceu em ocupação nos últimos quatro anos, com acréscimo de 373,8 mil postos de trabalho desde 2019.
Em termos de receita, a indústria gerou R$ 6,5 trilhões em 2023, sendo R$ 6 trilhões das indústrias de transformação e R$ 457,7 bilhões das extrativas. O valor de transformação industrial (VTI) alcançou R$ 2,4 trilhões, 81,7% vindo das indústrias de transformação.
Emprego e salários
Apesar da recuperação no emprego, o número de trabalhadores da indústria ainda é 3,1% menor que em 2014, com destaque para a queda nas áreas de confecção de roupas, produtos minerais não-metálicos e metalurgia. O salário médio na indústria também caiu: passou de 3,5 para 3,1 salários mínimos entre 2014 e 2023. No caso das indústrias extrativas, a remuneração média passou de 6 para 5,3 salários mínimos.
As atividades com maiores quedas salariais foram extração de petróleo e gás natural e fabricação de derivados do petróleo. Já os menores salários ficaram nas áreas de confecção e preparação de couros e calçados, com médias de até 1,7 salário mínimo.
Desempenho regional
O Sudeste concentrou 60,9% do VTI nacional, puxado por São Paulo (34,4%), Rio de Janeiro (13%) e Minas Gerais (11,4%). A indústria de alimentos foi a principal atividade em 18 das 27 unidades da federação.
No Sul, Paraná liderou com 36,9% do VTI da região. No Nordeste, a Bahia teve a maior fatia (33,4%), mas perdeu participação desde 2014. Já no Norte, Amazonas e Pará responderam por mais de 90% do VTI. No Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ampliaram participação, impulsionados pela agroindústria.
Mudanças no ranking industrial
Entre as atividades, a fabricação de veículos caiu de terceiro para quinto lugar no ranking de participação no VTI. Por outro lado, a extração de petróleo e gás natural subiu da quinta para a segunda posição, refletindo a valorização do setor energético.
A PIA-Empresa retrata as características estruturais da atividade industrial no país, com dados essenciais para o planejamento econômico de empresas e governos.