Embora o Censo Demográfico 2022 revele que 89,4% da população brasileira tem acesso à internet em casa, os dados escondem uma realidade preocupante de exclusão digital que afeta principalmente as regiões Norte e Nordeste, além de grupos sociais historicamente marginalizados. Sob a gestão do governo Lula, os avanços na conectividade são inegáveis, mas continuam insuficientes para garantir um acesso igualitário à internet.
Os números mostram disparidades alarmantes entre as regiões do país. Enquanto o Distrito Federal lidera com 96,2% dos domicílios conectados, estados como o Acre têm apenas 75,2% de sua população com acesso à internet. A situação é ainda mais grave em municípios do Norte, onde 32 dos 33 locais com menos de 50% de conectividade estão concentrados.
No Nordeste, a falta de investimentos direcionados para infraestrutura digital perpetua um ciclo de exclusão, dificultando o acesso a oportunidades educacionais e econômicas. Sem políticas públicas robustas, essas regiões permanecem isoladas da revolução digital que impulsiona o desenvolvimento em outras partes do país.
Os dados do Censo também revelam o que pode ser descrito como “racismo digital”. Entre os brancos, apenas 7,5% vivem em domicílios sem acesso à internet, enquanto o percentual sobe para 44,5% entre indígenas e 12,9% entre negros. Essa disparidade reflete não apenas a negligência histórica, mas também a ausência de políticas públicas efetivas para combater a exclusão digital desses grupos.
Para os indígenas, que enfrentam desafios geográficos e estruturais, a falta de conectividade compromete o acesso a serviços básicos, como saúde e educação. Entre negros e pardos, a exclusão digital reforça desigualdades que já se manifestam em outras esferas sociais e econômicas.
Outro grupo fortemente afetado pela exclusão digital é o de idosos. Apenas 72,4% das pessoas acima de 70 anos têm acesso à internet. Esse dado expõe não apenas a falta de infraestrutura em algumas áreas, mas também a ausência de iniciativas de alfabetização digital voltadas para essa faixa etária, o que os deixa fora das facilidades e benefícios da era digital.
Apesar dos números gerais de conectividade indicarem progresso, a ausência de um plano estratégico robusto e inclusivo é evidente. O governo Lula, apesar de celebrar avanços, não conseguiu implementar políticas eficazes para corrigir as desigualdades regionais e sociais no acesso à internet.
A inclusão digital é essencial para garantir igualdade de oportunidades, e a falta de investimentos voltados para os mais vulneráveis reforça ciclos de exclusão que impactam diretamente o desenvolvimento humano, social e econômico do país. Sem uma estratégia que priorize as regiões e populações marginalizadas, a conectividade no Brasil continuará sendo um privilégio de poucos, em vez de um direito universal.