O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (5) os resultados das Estatísticas da Produção Pecuária para o 2° trimestre de 2024, que apontam um crescimento expressivo no abate de bovinos, suínos e frangos no Brasil. O abate de bovinos, em especial, cresceu 17,5% em relação ao mesmo período de 2023 e 6,7% frente ao 1º trimestre de 2024, totalizando 9,96 milhões de cabeças, o maior número registrado desde o início da série histórica, em 1997.
Esse aumento foi observado em 26 das 27 unidades federativas do país, com destaque para o aumento de 20,8% no abate de fêmeas, atribuído à queda do preço dos bezerros. “O abate de bovinos estava em um ciclo de retenção entre 2019 e 2021 e passou para expansão a partir de 2022. A redução no preço dos bezerros influenciou diretamente o aumento do abate de fêmeas”, destacou Bernardo Viscardi, supervisor da pesquisa.
O abate de frangos alcançou 1,61 bilhão de cabeças, um aumento de 3,2% em comparação ao 2º trimestre de 2023, enquanto o abate de suínos atingiu 14,57 milhões de cabeças, com crescimento de 2,5% no mesmo período. Esses números refletem a alta demanda interna e o aumento das exportações, especialmente no caso da carne suína e de frango, que atingiram volumes recordes no segundo trimestre, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
As exportações de carne bovina atingiram 612,44 mil toneladas no trimestre, um crescimento de 30% em comparação ao mesmo período de 2023, enquanto as exportações de carne suína também registraram recordes. A ampla oferta de animais no mercado interno influenciou a queda nos preços da arroba do boi, contribuindo para o aumento do consumo interno.
Outro destaque foi a produção de ovos de galinha, que chegou a 1,16 bilhão de dúzias, um aumento de 9,8% em comparação ao mesmo período de 2023. “A produção de ovos foi recorde, impulsionada pelos preços acessíveis e a alta demanda no mercado interno”, explicou Viscardi.
As enchentes no Rio Grande do Sul em abril afetaram as atividades agropecuárias, especialmente o abate de bovinos, que registrou uma queda de 40,45 mil cabeças em relação ao mesmo período do ano passado. O estado também enfrentou quedas na produção de leite e na cadeia do couro devido às cheias.
A próxima divulgação dos resultados completos do 3º trimestre de 2024 ocorrerá em dezembro.