O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que não há qualquer estudo em andamento para reajustar o valor do Bolsa Família nem uma agenda prevista para discutir o tema. A declaração frustra as expectativas de milhões de beneficiários que enfrentam a alta no custo de vida e a persistente insegurança alimentar no país.
O governo Lula tem reforçado o compromisso com a política social e a erradicação da pobreza, mas a falta de perspectiva para um novo reajuste do programa levanta questionamentos sobre a efetividade das medidas diante do cenário econômico. Desde sua reformulação, o Bolsa Família passou a oferecer um valor mínimo de R$ 600, com adicionais para crianças e gestantes, mas a inflação e a carestia dos alimentos continuam impactando significativamente o poder de compra das famílias de baixa renda.
A decisão do Ministério de não avançar em estudos sobre um possível reajuste também expõe a contradição entre o discurso de combate à fome e a realidade orçamentária do governo. Enquanto o Executivo mantém a narrativa de que a assistência social é prioridade, a ausência de uma política de valorização do benefício pode comprometer sua eficácia no longo prazo.
Além disso, a justificativa de que todas as ações do MDS seguem as diretrizes do governo federal e a responsabilidade fiscal levanta dúvidas sobre o peso da política social na distribuição de recursos. A recente ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e os incentivos para determinados setores econômicos demonstram que há espaço no orçamento para decisões políticas estratégicas. Resta saber se a população mais vulnerável será, de fato, prioridade ou se continuará dependendo da narrativa oficial sem avanços concretos.