O Governo Central registrou superávit primário de R$ 32,2 bilhões nos cinco primeiros meses de 2025, revertendo o déficit de R$ 28,7 bilhões no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Tesouro Nacional.
O resultado é fruto de um superávit de R$ 186,6 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central, enquanto a Previdência Social (RGPS) registrou déficit de R$ 154,3 bilhões. Apenas em maio, o Governo Central teve déficit primário de R$ 40,6 bilhões, menor que os R$ 60,4 bilhões de maio de 2024.
De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o resultado fiscal acumulado desde o início do atual governo é inferior a 1% do PIB (-0,86%), enquanto nos ciclos anteriores ultrapassava 2%. Ceron afirmou que o país saiu de um cenário de déficit acumulado em 12 meses para um superávit de R$ 18,1 bilhões.
Do lado das receitas, houve crescimento real de 4,7% em maio e de 3,6% no acumulado do ano. As receitas administradas, como Imposto de Importação e Imposto de Renda, tiveram alta de 7,2%. Já a receita previdenciária cresceu 8,1% no mês. Em contrapartida, as receitas não administradas caíram devido às menores arrecadações com concessões e dividendos.
As despesas totais tiveram queda real de 7,6% em maio e de 3,3% no acumulado do ano. O gasto do Governo Central, em proporção do PIB, está em 18,25%, próximo ao menor patamar da série histórica.
Na Previdência, o RGPS acumula déficit de R$ 305,9 bilhões em 12 meses, enquanto o regime dos servidores civis e militares soma R$ 117,7 bilhões negativos. O governo também pagou R$ 173,6 bilhões em restos a pagar até maio e cancelou R$ 2,5 bilhões.
Outro ponto positivo é o cumprimento da Regra de Ouro, que proíbe que as receitas de endividamento superem as despesas de capital. Segundo o subsecretário David Rebelo Athayde, o indicador está praticamente zerado. Ele também estimou que o limite de despesas de 2026 deve crescer 6,35%, permitindo expansão do teto de gastos em 2,5% no próximo ano.