O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (1º) em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,87, após uma jornada de grande volatilidade. A moeda começou o dia em queda, chegando a R$ 5,76 pela manhã, mas disparou após a abertura dos mercados nos Estados Unidos, encerrando próxima à máxima do dia. Este é o maior valor desde 13 de maio de 2020, quando o dólar havia fechado a R$ 5,90. No acumulado de 2024, a moeda norte-americana já registra uma alta de 20,95%.
A movimentação da moeda impactou o mercado de ações brasileiro, com o índice Ibovespa, principal indicador da B3, encerrando o dia em queda de 1,23%, aos 128.121 pontos, o menor nível desde agosto deste ano. A alta do dólar e a baixa na bolsa refletem um cenário de preocupação entre os investidores, que aguardam medidas econômicas para garantir a estabilidade fiscal do país.
Internamente, o mercado reagiu à notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adiará o anúncio de um pacote de revisão de gastos obrigatórios devido a uma viagem à Europa. Investidores consideram a aprovação de medidas de controle de despesas urgente, e o adiamento gerou incertezas sobre o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal.
No cenário externo, o dólar foi impulsionado pela alta nos rendimentos dos Treasuries e pela incerteza global, fatores que aumentaram a procura pela moeda americana como ativo seguro, ampliando a pressão sobre as economias emergentes, como o Brasil.