Quem investe na Bolsa ou em empresas já se deparou com termos como dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). Ambos são formas de o investidor receber parte do lucro das empresas — mas, quando o assunto é Imposto de Renda, eles seguem regras diferentes.
A dúvida é comum: esses rendimentos são isentos ou tributáveis? Preciso pagar imposto? Declarar? A resposta depende de como e quanto você recebeu, além da origem dos valores.
Dividendos: isentos, mas obrigatórios na declaração
Os dividendos pagos por empresas brasileiras com base no lucro apurado segundo a legislação vigente são, atualmente, isentos de imposto de renda para a pessoa física. Isso quer dizer que o investidor não paga imposto sobre esse valor.
Mas atenção: mesmo isentos, os dividendos devem ser declarados na ficha de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” no Imposto de Renda. O não preenchimento pode gerar inconsistência na declaração e levar o contribuinte à malha fina.
Juros sobre capital próprio: tributados na fonte
Diferente dos dividendos, os juros sobre capital próprio (JCP) são tributáveis. A empresa que faz o pagamento já retém o imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%. Ou seja, o valor que o investidor recebe já vem descontado do imposto.
Mesmo assim, o valor bruto recebido precisa ser informado na declaração, na ficha de “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”.
Outros rendimentos que merecem atenção
Rendimentos de fundos imobiliários, ações, day trade e até criptoativos possuem regras específicas. Em muitos casos, o imposto não é retido automaticamente e o investidor precisa apurar e recolher o IR mensalmente, via DARF — o que exige acompanhamento mais próximo.
O grande risco está justamente aí: muitos investidores acreditam que “se não recebi alerta, não preciso declarar” — o que não é verdade. A Receita cruza informações com as corretoras, bancos e empresas, e qualquer omissão pode gerar penalidades.
Quando procurar ajuda profissional
Se você recebeu dividendos, JCP ou qualquer outro rendimento de investimentos, o ideal é contar com apoio contábil para analisar a documentação e declarar corretamente. Além de evitar erros, isso pode garantir o uso de isenções, compensações de prejuízos e aproveitamento de benefícios legais.
Investir é importante, mas prestar contas corretamente também faz parte do jogo. E ter a orientação certa pode evitar problemas — e até perdas financeiras — com o Leão.