O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, elevando-a para 14,75% ao ano. A decisão foi unânime entre os diretores do Banco Central e segue o esperado pela maioria dos economistas, que já previam um ajuste de menor magnitude em comparação aos aumentos anteriores.
Com a nova alta, a Selic chega ao maior nível em quase sete anos, reforçando o esforço do Banco Central para controlar a inflação. No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom destacou que ainda há uma “assimetria altista no balanço de riscos” para a inflação, ou seja, o risco de que os preços continuem subindo é maior do que o de queda.
O comitê também reforçou que, caso o cenário econômico não mostre sinais de alívio inflacionário, novos aumentos na taxa básica podem ocorrer. No entanto, sinalizou que esses ajustes tendem a ser de menor intensidade, como o adotado nesta reunião.
Desde o início do ciclo de alta dos juros, a Selic passou de 2% ao ano, em março de 2021, para os atuais 14,75%, em uma tentativa de conter a alta dos preços. A estratégia visa desestimular o consumo, encarecendo o crédito e favorecendo a poupança, o que, em tese, ajuda a conter a demanda e os preços.
O Copom ressaltou que a decisão de continuar elevando os juros será tomada com base em indicadores como as projeções de inflação, as expectativas do mercado e o comportamento da atividade econômica. Para o comitê, a magnitude total do ciclo de alta vai depender da evolução da inflação e dos fatores que a influenciam, como o impacto dos juros na economia e os riscos fiscais.
A próxima reunião do Copom está marcada para junho, quando o mercado espera que o Banco Central mantenha o tom cauteloso e avalie novos ajustes.