A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta terça-feira (1º) um estudo que alerta para os impactos negativos do crescimento descontrolado da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e a saúde financeira das empresas brasileiras nas próximas cinco décadas. Segundo o levantamento, sem reformas estruturais, como a reforma administrativa, o prejuízo acumulado poderá ultrapassar R$ 1,375 trilhão, comprometendo a sustentabilidade dos negócios no Brasil.
De acordo com o estudo, para cada 1 ponto percentual de aumento na dívida pública em relação ao PIB, o Brasil perde cerca de R$ 1,3 bilhão por ano, o que reduz a capacidade de investimento privado e eleva o custo do crédito, afetando a competitividade das empresas.
Pressão fiscal e aumento da dívida
O estudo da CNC aponta que, nos últimos 20 anos, os gastos públicos cresceram a uma média de 53% ao ano, enquanto as receitas aumentaram apenas 35%, o que tem levado a déficits consecutivos. Esse descompasso força o governo a se endividar mais e a aumentar a carga tributária, que atualmente representa quase 33% do PIB, uma das maiores do mundo.
Sem a reforma administrativa, a CNC projeta que a carga tributária pode aumentar até 9% do PIB, agravando o cenário para as empresas brasileiras, já pressionadas por juros elevados e altos custos de financiamento.
Impactos econômicos e necessidade de reformas
A CNC projeta que, sem medidas corretivas, a dívida pública pode atingir 100% do PIB até 2033, restringindo investimentos em áreas estratégicas como infraestrutura, saúde e educação, essenciais para a competitividade no mercado global. O estudo também aponta a necessidade de reavaliar a alocação de gastos públicos, especialmente no setor educacional, onde o Brasil investe mais no ensino superior do que no ensino fundamental, gerando resultados insatisfatórios.
Campanha pela redução da dívida pública
Para reforçar a urgência das reformas, a CNC lançou uma campanha em mídias tradicionais e redes sociais, destacando a importância de reduzir a dívida pública e garantir o desenvolvimento econômico sustentável. Segundo a CNC, a reforma administrativa, junto com privatizações e concessões, poderia gerar uma economia de R$ 330 bilhões em 10 anos, além de atrair novos investimentos.