Cid Moreira, a voz que ecoou nas salas de estar de milhões de brasileiros por décadas, partiu. Um adeus que deixa muito mais do que silêncio, deixa um vazio profundo na memória do país, pois sua voz era mais do que um timbre inconfundível: era um elo entre gerações, uma presença que pontuava o dia a dia com serenidade e autoridade.
Em cada família, ele era quase um convidado à mesa durante o jantar, narrando as notícias do mundo com a calma de quem parecia entender que, mesmo em tempos difíceis, a esperança nunca deveria ser abandonada. Com seu jeito sereno e palavras cuidadosamente escolhidas, Cid Moreira era uma figura de confiança, uma âncora segura em um mar de incertezas.
O falecimento de Cid é um daqueles momentos em que o país se recolhe, pensa e reflete. Lembramos de uma época em que ele dava as notícias não apenas com profissionalismo, mas com um tipo de humanidade que parecia nos acolher. Ele foi a trilha sonora de mudanças históricas, de conquistas e de perdas, de momentos felizes e de dias difíceis. Seu jeito simples, sua compostura elegante, nos fazia sentir que o Brasil estava em boas mãos, que a história estava sendo bem contada.
Mas Cid Moreira era mais do que o jornalista impecável. Era também um homem espiritualizado, de uma fé profunda, que levou a Palavra para milhões de lares com suas narrações da Bíblia. Para muitos, ele será sempre a voz que transmitia calma em meio ao caos, a voz que dizia que, não importa o quão difícil o dia fosse, haveria um amanhã.
Agora, com sua partida, resta-nos a gratidão. Gratidão por tantos anos de dedicação, por tantas histórias contadas, por tantas noites em que sua voz foi o último som que ouvimos antes de dormir. Cid Moreira já não está entre nós, mas sua voz… essa permanecerá para sempre, como um eco de uma era que nunca esqueceremos.
E, em algum lugar, imagino que ele esteja, com sua calma habitual, narrando para um novo público, no céu, a história de sua jornada.