O senador Cid Gomes (PSB) defendeu, nesta sexta-feira (7), a indicação do deputado federal Júnior Mano para disputar uma vaga no Senado caso o partido tenha direito a essa candidatura. A declaração foi feita durante o ato de filiação de nove deputados ao PSB, em um movimento que reforça o peso da legenda no cenário político.
Com a afirmação, Cid sinaliza que pode não concorrer à reeleição, embora não tenha descartado completamente essa possibilidade, o que intensifica a disputa interna no grupo governista. O senador ressaltou que seu posicionamento não deve ser visto como uma imposição.
A indicação de Júnior Mano ocorre em meio a uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre um suposto esquema de manipulação eleitoral que teria atuado em 51 municípios do Ceará no ano passado. O deputado é apontado como peça-chave na destinação de emendas parlamentares que teriam sido usadas ilegalmente. Por conta do foro privilegiado do parlamentar, o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e distribuído para o gabinete do ministro Gilmar Mendes. A defesa de Júnior Mano afirma confiar que sua inocência será provada no decorrer das investigações.
De acordo com relatório da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), a investigação da PF revelou indícios de que os recursos das emendas parlamentares eram desviados por meio de empresas de fachada para compra de votos durante o período eleitoral. Além de Júnior Mano, a PF aponta o prefeito eleito de Choró, Carlos Alberto Queiroz Pereira (PSB), conhecido como Bebeto Queiroz, como o líder da organização criminosa.
A movimentação política em torno do nome de Júnior Mano para o Senado, diante das investigações em curso, gera repercussão e pode impactar a disputa eleitoral dentro do PSB e no campo governista. O partido ainda não oficializou qual será sua estratégia para a eleição ao Senado e aguarda definições sobre os rumos das investigações.