A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal deflagraram nesta quinta-feira (5) a Operação Firenze, que apura possíveis irregularidades em contratos de terceirização de mão de obra no município de Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A investigação aponta fraudes em licitações e indícios de lavagem de dinheiro.
As apurações começaram após uma denúncia sobre a contratação suspeita de uma empresa terceirizada. A investigação identificou que a disputa de dispensa de licitação teve participação apenas de empresas ligadas ao mesmo grupo econômico, configurando suposta fraude ao caráter competitivo do processo. Além disso, foram encontrados indícios de que pessoas interpostas controlavam as empresas e de que operações financeiras possuíam características de ocultação de patrimônio.
Entre 2021 e 2024, o grupo investigado recebeu mais de R$ 880 milhões de recursos públicos, sendo R$ 214 milhões oriundos de repasses federais. Em Timbaúba, os contratos investigados somam R$ 39 milhões no mesmo período, com pelo menos R$ 10 milhões custeados com verba federal.
Durante a operação, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, além de medidas como a quebra de sigilos bancário e fiscal de investigados e a proibição de atuação conjunta das empresas em novos processos licitatórios. Também foi vetado o contato entre investigados e testemunhas.
As diligências ocorreram em Timbaúba, Recife, Jaboatão dos Guararapes (PE) e São Paulo (SP), com a participação de 95 agentes da Polícia Federal e seis auditores da CGU.
A CGU reforçou que denúncias sobre esta ou outras operações podem ser encaminhadas por meio da plataforma Fala.BR. As informações podem ser enviadas de forma anônima.
Segundo a CGU, os contratos investigados têm impacto direto em áreas essenciais como saúde, educação e assistência social, comprometendo a efetividade das políticas públicas nessas frentes.