Quando ainda nos parece ouvir o ribombar e ver o colorido dos fogos de artifício nos festejos do fim do ano que passou, damo-nos conta de que já estamos cavalgando no espinhaço do ano que era novo. O primeiro semestre de 2025 já é página virada. A publicação desta crônica semanal coincide hoje com a derradeira sexta-feira de junho. O mês das fogueiras e dos namorados fecha as cortinas, e o ano marcha agora para uma nova etapa, no embalo do ritmo desenfreado do tempo, que parece a cada dia mais pressuroso.
O impacto de tanta novidade e diversidade tecnológica no nosso dia a dia deve ser o fator psicológico de maior peso na nossa sensação de que o tempo está correndo rápido demais. O turbilhão de informações nos meios eletrônicos, as atenções concentradas ou dispersas na imensa rede chamada internet, talvez absorvam de tal forma nossa mente, que o tempo nos prega a ideia de que voa como uma bala. Mas o tempo é, por certo, a maior das abstrações. Talvez o tempo nem passe e esteja eternamente estacionado. As coisas, vivas e não vivas, é que se vão consumindo no imenso funil do tempo.
O que se sabe, de verdade, é que o tempo tem sido objeto de questionamento para as mentes mais poderosas já concebidas na face da terra. Isaac, aquele inglês que descobriu a força da gravidade ao lhe cair uma maçã sobre a cabeça, afirmou que o tempo é absoluto. Muito tempo depois, outro gênio, o alemão Albert, que se deixou fotografar com a língua de fora, afirmou, por sua vez, que o tempo é relativo. E deve ser mesmo. A Terra está girando feito uma carrapeta, com suas engrenagens imaginárias perfeitamente besuntadas. Segundo as medições mais sofisticadas, em torno dela mesma, a Terra rodopia a mil seiscentos e tantos quilômetros por hora. E em torno do Sol, a mais de cem mil quilômetros por hora! Portanto, não nos devemos admirar que o tempo, relativamente, siga tão rápido também.
Voltando ao topo do assunto, o mês de junho se despede, e com ele, também se despede a quadra chuvosa cearense, que em algumas regiões foi das mais satisfatórias; em outras, não. Cá no meu recanto, o acumulado das chuvas, de janeiro a junho, chega à casa dos 400 milímetros, segundo o pluviômetro instalado no quintal.
Na paisagem do semiárido, região da qual somos inquilinos, assistimos à transição do inverno para a estação da seca. E por isso, a caatinga ainda verdejante é uma atração para os olhos. O clima ainda refrigerado é uma dádiva. Porém, na iminência, está a chegada dos dias de sol escaldante, temperaturas altas e a esperança de que as chuvas voltem em 2026. Em todo caso, é tudo uma questão de tempo.
3 Comentários
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Pedro Paulo Paulino, ou simplesmente PPP, realmente é mais conhecido pela versatilidade no cordel.
Todavia, no meu entendimento, compõe sonetos que se equiparam e até superam muitos poetas clássicos da literatura clássica.
Neste particular, sua inspiração não se diferencia daquela da maioria dos poetas. No entanto, como tenho o invejável privilégio de gozar da sua proximidade, atrevo-me a dizer que, mais que o deus Baco, há também uma inspiração etílica.
A modéstia do poeta não admite a comparação de que, assim como a ostra esconde uma pérola, Canindé-CE também esconde esta joia, que é Pedro Paulo Paulino.
Parabéns grande Poeta!
Diz o compositor Cazuza, o tempo não pára.
Forte abraço amigo Pedro Paulo.👏👏👏👏👏