O Brasil subiu 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2025, divulgado nesta sexta-feira (2) pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O país alcançou a 63ª colocação entre 180 nações avaliadas, um avanço significativo em relação à 110ª posição ocupada em 2022.
Segundo a RSF, a melhora brasileira reflete um ambiente menos hostil ao jornalismo após o fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o país ainda enfrenta desafios, como ameaças à segurança de jornalistas e campanhas de desinformação que afetam a credibilidade da imprensa.
Cenário global preocupante
Apesar do progresso do Brasil, o relatório da RSF aponta para um cenário global alarmante. Pela primeira vez desde a criação do índice, as condições para a prática do jornalismo são consideradas “ruins” em metade dos países avaliados. Mais de 60% das nações registraram retrocessos, e apenas 42 oferecem condições “boas” ou “relativamente boas” para a liberdade de imprensa.
A deterioração é atribuída a fatores como a fragilidade econômica dos meios de comunicação, a concentração da propriedade midiática e a instrumentalização política da publicidade estatal. A RSF destaca que, sem independência econômica, não há imprensa livre.
América Latina em alerta
Na América Latina, diversos países enfrentam retrocessos significativos. A Argentina caiu para a 87ª posição, impactada pelas ações do governo Javier Milei, que desmantelou a mídia pública e estigmatizou jornalistas. O Peru ocupa agora a 130ª colocação, após perder 53 posições desde 2022, devido a assédio judicial e campanhas de desinformação.
A Nicarágua tornou-se o país com pior classificação na região, ocupando a 172ª posição, após o governo de Daniel Ortega erradicar veículos independentes e forçar jornalistas ao exílio.
Estados Unidos em queda
Nos Estados Unidos, a liberdade de imprensa também sofreu retrocessos. O país caiu para a 57ª posição, afetado pela politização das instituições e pela redução do apoio à mídia independente durante o segundo mandato de Donald Trump.
Liderança europeia
Na liderança do ranking, a Noruega mantém a primeira posição pelo nono ano consecutivo, seguida por Estônia e Países Baixos.
O relatório completo da Repórteres Sem Fronteiras está disponível no site da organização: rsf.org.