Autor: Pedro Paulo Paulino

Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

As imagens de uma onça-pintada encurralada pelas paredes de um muro, em importante cidade do Maranhão, circularam esta semana nos principais canais de mídia do país. O animal escapuliu de seu habitat e entrou acidentalmente na cidade, de onde, perdida e atônita, buscava sair. Uma força-tarefa envolveu-se na captura da fera, empregando diversos recursos de tecnologia. Enquanto foi filmada por circuitos de câmeras, era possível notar a aflição do felídeo, isolado do seu mundo natural e completamente deslocado no território da selva humana, com seus tugúrios de pedra e cimento e toda a parafernália do mundo artificial. O susto e…

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Havia cinco anos, o mundo inteiro estava mergulhado no abismo provocado pela pandemia do Coronavírus. Quando a notícia da peste espalhou-se por todos os recantos da terra, foi como se tivessem soado as sete trombetas do Apocalipse. Foi a primeira vez, no mundo moderno, que a humanidade viu-se confrontada com as ameaças terríveis causadas por ser microscópico de ação letal. Costumes, hábitos, rotinas, relacionamentos foram, de súbito, alterados drasticamente. A pandemia afetou de modo severo todos os setores da atividade humana. Passados agora cinco anos, e graças ao surgimento em tempo recorde da vacina de combate ao vírus, os seres…

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O mundo acompanhou ao vivo esta semana, pelos canais de mídias, as cenas do resgate de astronautas retidos há meses muito acima da Terra, a bordo da Estação Espacial Internacional. A permanência no espaço, prevista para sete dias, por algum motivo transformou-se numa gestação de nove meses a uma altura de 400 quilômetros, cujo parto aconteceu na noite recente de 18 de março. Depois de uma viagem de quase 17 horas, a cápsula de socorro, com seus ocupantes, pousou suavemente no mar da Flórida, onde um navio os esperava. Suni Williams e Butch Wilmore mostravam-se ótimos e sãos. O regresso…

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Sob a brisa mansa e acolhedora da Serra do Machado, no coração do Ceará, dorme um monstro! Por absurdo que isso possa parecer, ali, naquele recanto prenhe de natureza, habitado pelas aves e por camponeses simples, adornado pelas folhas e as flores das árvores nativas, dorme um monstro feroz; um monstro dorme no seio da terra fértil daquela região serrana. No aconchego bucólico e tranquilo da serra, o monstro hiberna ao longo de incontáveis eras. Ninguém dali o incomoda nem o chama, embora saibam seu nome e tenham receio até de pronunciá-lo. Ele atende pelo nome de Urânio. Todavia, Urânio,…

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A entrega do Oscar em 2025 agitou o mundo e, em particular, o Brasil, que pela primeira vez tem uma produção cinematográfica premiada com a celebrada estatueta. Ainda estou aqui, filme de sucesso, originado de livro do mesmo nome, foi o pioneiro nacional na categoria Melhor Filme Internacional. Fenômeno de mídia, a expectativa em torno do longa-metragem, nos dias mais recentes, crescia à medida em que se aproximava a data da cerimônia de outorga da maior premiação do gênero, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas sediada no Norte da América. E desde que se diz que por aqui tudo…

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Fiquei pra lá de contente quando descobri o nome daquela árvore majestosa que sempre me prendeu o olhar. De grande porte, tronco robusto, copa altaneira e frondosa, raízes vigorosas fincadas no chão como garras de um gigante, ela se distingue ao longe do conjunto da flora de uma cidade cravada no meio do sertão. Não faz muito tempo, indaguei a um desconhecido de cabelos brancos, que avistei recostado no tronco da árvore e usufruindo a sua sombra, se ele sabia o nome dela. Disse-me, quase resmungando, que a conhece há pelo menos uns cinquenta anos, sem lhe saber o nome…

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No nosso linguajar regional nordestino, talvez não haja uma expressão mais cheia de significância, expectativa e ternura, do que essas três palavras juntas: “bonito pra chover”. Pronunciada ou simplesmente pensada, a frase se manifesta quando se olha o céu e avista-se um conjunto de nuvens cor de chumbo, aglomerando-se, umas puxando as outras para mais perto de si, até se juntarem por completo, e, numa ação coletiva, despejarem suas águas sobre as terras ressequidas deste imenso sertão. “O tempo tá bonito” é outra expressão de nossa legítima propriedade, nordestinos, cearenses, filhos do semiárido. Lá fora, em outras regiões, o mesmo…

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Na crônica que este descompromissado escriba assina toda sexta-feira, meto o bedelho hoje em um assunto da maior visibilidade em nossos dias: a chamada Inteligência Artificial. Antes de qualquer coisa, itero e reitero que sou um remanescente ainda da era analógica, e não faz tanto tempo, eu deveria, neste momento, estar martelando estas linhas numa simpática Olivetti ou Remington, movida por dedos e molas, alimentada por fita de tinta de duas cores, apta para imprimir na folha de papel em branco o que nos pode sair da cachola. Mas, bem haja, logrei emergir do século passado e mergulhar no século…

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Chocaram de maneira global as imagens de imigrantes deportados aos seus países de origem, pelo governo dos Estados Unidos. Aqui no Brasil, causaram revolta as cenas mostrando o embarque e desembarque de patrícios, mãos e pés algemados, além do uso de correntes durante o voo. As imagens deprimentes de dezenas de imigrantes humilhados e forçados a deixar de uma hora para outra o meio de vida e o solo norte-americano fazem lembrar, de certo modo, as narrativas sobre os sentenciados a remar acorrentados nas galés de antigos povos escravistas. A expulsão de imigrantes ditos ilegais naquelas terras tornou-se mais severa…

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A exemplo do que pode acontecer com tudo neste mundo, meu relógio de pulso, dia desses, amanheceu sem funcionar. A bateria chegara ao fim. Em tal circunstância, o que se deve fazer é ir ao relojoeiro. Foi o que fiz. Trocada a pequena peça, a máquina volta prontamente a cumprir o papel que lhe compete: medir o tempo. Tal acontecimento, por si mesmo tão corriqueiro, levou-me, contudo, a uma descompromissada comparação. Antes, porém, convém observar que o relojoeiro está na categoria daqueles profissionais com os quais se cria um ambiente familiar de aproximação, afinidade e fidelidade. Incluem-se, nesse rol, dentre…

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